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23/05/2014
Egípcios apostam no mercado de vidro brasileiro
 
As empresas Sphinx Glass e Cairo Glass estão expondo na Glass South America, feira do setor vidreiro que acontece até dia 24 em São Paulo. Países árabes estão entre os principais fornecedores do Brasil.

São Paulo – Duas empresas egípcias expõem na feira Glass South America, evento do setor de vidros que acontece até sábado (24) em São Paulo. É a primeira vez que elas participam da mostra no Brasil.

Moussa: Brasil entre os principais mercados da empresa

A Sphinx Glass já exporta para o Brasil há cerca de três anos. A empresa produz principalmente vidro comum, mas também vidro colorido e vidro refletivo. “O Brasil sempre esteve entre os principais mercados [da empresa]. É um mercado muito grande para o vidro e
estamos aqui para assegurar nossa participação nas exportações para o Brasil”, explica Nadette Moussa, representante de Exportações.

Ela conta que os números variam ano a ano, mas que, em média, a Sphinx exporta duas mil toneladas de vidro por mês ao Brasil. As vendas, diz, são feitas para grandes distribuidores. De acordo com a executiva, em 2012 o País representou 40% das vendas externas
de sua companhia.

Além dos potenciais compradores brasileiros, ela destaca a oportunidade que o evento oferece de contatar importadores de outros países da região. “É um evento muito promissor. Nós encontramos pessoas não só do Brasil, mas também do Chile, Colômbia. É um bom
evento”, avalia Moussa.

Os vidros produzidos pela Sphinx podem ser usados tanto em construções, como fachadas de prédio e divisão de interiores, como para decoração, boxes para banheiros, tampos de mesas e outras aplicações. Além do Brasil, a empresa exporta para países do Norte da
África, Oriente Médio, Leste da África e Leste da Europa.

A fabricante Cairo Glass produz vidros impressos e vidros aramados. “Temos mais de 14 desenhos”, conta Moustafa Esmat, vice-presidente da empresa, sobre o vidro impresso, um tipo de vidro decorado. A companhia já fez duas vendas ao Brasil, uma em 2012 e outra
este ano. Segundo Esmat, a participação na feira tem como objetivo conhecer melhor o mercado nacional e regional.

Esmat quer conhecer o mercado brasileiro

“O Brasil é um mercado muito grande, é por isso que viemos aqui. Estamos tentando descobrir durante estes dias o quanto podemos avançar neste mercado”, afirma o executivo.
A empresa fabrica 240 toneladas de vidro por dia e cerca de 56% de sua produção é voltada ao mercado externo. Entre seus destinos de exportação estão países como França, Espanha, Portugal, Romênia, Bulgária, Albânia e Canadá, além de nações do Oriente Médio
e Norte da África.

Importações do setor

O Egito está entre os principais fornecedores de vidro para o Brasil, com 5,9% das importações brasileiras do setor vindas daquele país. Mas ele não é o único árabe que consta na lista de maiores exportadores de vidro ao Brasil.

A Arábia Saudita, que é o terceiro país na lista geral, vende 12,1% do que o Brasil compra de vidro, enquanto os Emirados Árabes Unidos vendem 6,3% do que é comprado pelos brasileiros. O maior fornecedor mundial do Brasil é a China (28,2%), seguida pelo México
(21,4%). Os dados são da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro).

A edição deste ano da Glass South America traz 200 marcas, das quais 18% são estrangeiras. “A feira é uma porta de entrada para todo o mercado latino-americano. Temos gente de todos os lugares do mundo. Você vê o pavilhão belga, italiano, temos gente de
Portugal, do Egito, da Turquia, de uma série de países”, conta Ligia Amorim, diretora da NürnbergMesse, empresa organizadora do evento.

Segundo ela, a feira atrai grande interesse das empresas internacionais por reunir os diversos segmentos da cadeira vidreira. “A gente trata da tecnologia das máquinas que produzem o vidro, das empresas que vêm para cá e que processam o vidro e o oferecem com
tratamento térmico, de luminosidade, de segurança, uma série de fatores interessantes”, destaca.

Até 2006, o Brasil era predominantemente exportador do produto. Já de 2007 para cá, o País passou a importar mais vidro. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), só em 2013, o Brasil comprou mais de 607 mil toneladas
de vidro do exterior, enquanto exportou apenas 71 mil toneladas.

 “O consumo interno aumentou e há poucos produtores aqui. É uma indústria de base que demanda muito investimento, precisa de muito planejamento. Por isso, há esse ‘gap’ (defasagem) grande e essa inversão de exportador para importador”, explica Amorim.

Ela ressalta, porém, as vantagens para as empresas internacionais que queiram se instalar no País. “O Brasil é um país de muitas oportunidades para aquelas empresas que procuram expandir seus negócios, que procuram descobrir quem é o parceiro correto para
trabalhar aqui. Eu não vejo nenhuma grande empresa vir pra cá e se arrepender de ter vindo. Ela só precisa achar a melhor forma de operar. É preciso ter menos receio e tentar buscar soluções novas para participar do mercado”, completa.

Serviço

Glass South America

Data: 21 a 24 de maio de 2014

Horário: 21, 22 e 23/5 - das 12h às 19h; 24/5 – das 10h às 17h

Local: Transamerica Expo Center – São Paulo

Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387 - São Paulo

Fonte: ANBA

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