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30/04/2014
Mauro Borges participa de seminário na Câmara dos Deputados
 
Brasília (29 de abril) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, destacou que o Brasil deve estar preparado para enfrentar com competitividade o novo ciclo de expansão econômica mundial que está começando e, para isso, não deve ter vergonha de “fazer política industrial a partir de infraestrutura”, além de investir na integração comercial e produtiva com outros países. Borges falou sobre perspectivas da economia brasileira no Seminário Brasil Novo, realizado nesta terça-feira (29), na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, estamos terminando um período de transição no qual a economia mundial está iniciando os primeiros passos rumo a novo ciclo de expansão que terá recuperação lenta, com taxas de crescimento menor porque, provavelmente, não teremos o grande vetor que foi a China. O Brasil é um dos poucos que saiu relativamente ileso dessa fase que chega ao sexto ano provocando sérias avarias em países desenvolvidos. “Nós não naufragamos. Do ponto de vista do que foi a dimensão dessa crise, saímos sem entrar numa recessão e em segmentos como o agronegócio, o nível de competitividade não foi alvejado e continua intacto”, destacou.

Ele reconheceu que ainda há problemas a serem resolvidos, mas destacou que o Brasil é um dos poucos países que oferecem serviços públicos gratuitos e universais. “Temos que enfrentar esses desafios para nos consolidarmos como um país de classe média. Caminhamos para isso”, disse.

Política industrial
Na avaliação do Plano Brasil Maior, Mauro Borges citou instrumentos importantes para o fortalecimento da indústria brasileira lançados pelo Governo Federal, como as medidas para redução do custo de trabalho e do capital e para o desenvolvimento de cadeias produtivas a partir de regimes especiais tributários. Para o futuro, ele disse que a questão chave é como aproveitar a grande janela de oportunidade de investimento nas grandes obras de infraestrutura, que já começaram e que ainda serão realizadas, para fazer políticas industriais.

“Temos que transformar essa fronteira de investimentos em infraestrutura de transporte, logística, energia, petróleo e gás, conjunto de energias renováveis. Sem essa correlação, não daremos um salto em nossa base industrial”, acredita.

Outra questão, segundo ele, é como aproveitar esse novo ciclo de crescimento da economia mundial do ponto de vista da política comercial brasileira. O ministro citou que apesar do Brasil ser a sétima maior economia mundial, está entre as vinte maiores economias do ponto de vista do comércio internacional e disse que é preciso aproximar essas posições nos dois rankings. Para isso, ele acredita que o país precisa dar um salto na integração comercial com outros países e destacou a importância dos acordos comerciais, sobretudo o do Mercosul com a União Europeia, classificado como fundamental.

“Temos várias oportunidades de aprofundamento comercial e tecnológico com os Estados Unidos e a China, mas o acordo com a União Europeia dará credencial para a nossa política comercial”, disse. A tentativa em transformar o acordo automotivo Brasil-México em um acordo mais amplo de comércio também foi citado como uma das prioridades do Governo Brasileiro

A integração produtiva com os países da América Latina, a partir de acordos de complementaridade econômica, e com a África, com os acordos de investimentos, também foram destacados. Para o ministro, o ideal é que a partir de 2016 já estivéssemos cursando uma zona de livre comércio com toda a América do Sul. “Não vejo outro caminho para o Brasil aprofundar a integração comercial com os vizinhos que não seja partir da produtiva”, ressaltou.

Para finalizar, Mauro Borges disse que essas ações propostas devem complementar a política em curso para aumento da competitividade da indústria brasileira. “Os desafios estão colocados, o importante é que sejam endereçados conjuntamente pelos setores público e privado e pelo Congresso Nacional. Esse consenso é fundamental para enfrentarmos esses novos desafios”, defendeu.

Fonte: MDIC
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