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30/04/2014
Dubai é "supermercado" dos negócios
 
Metáfora foi utilizada por representantes da Zona Franca de Jebel Ali para ilustrar as oportunidades que se abrem para empresas brasileiras que se instalam no emirado.

São Paulo – Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é como um grande supermercado, ou shopping center, onde é possível encontrar empresas do mundo todo interessadas em comprar e vender as mais diversas mercadorias. Foi assim que representantes da Zona Franca de Jebel Ali (Jafza, na sigla em inglês), que fica no emirado, apresentaram a cidade como polo internacional de negócios em seminário para promover o empreendimento nesta segunda-feira (28), em São Paulo.

 “Dubai é como um grande supermercado, é o supermercado do Oriente Médio”, disse vice-presidente sênior de vendas da Jafza, Adil Al Zarooni, a um público formado por empresários, executivos e consultores, no hotel Renaissance da capital paulista. O evento teve apoio e participação da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

“Se você vende nos Emirados Árabes, vende no Oriente Médio”, acrescentou Zarooni, ao destacar as oportunidades que podem se abrir para uma empresa brasileira que abre uma filial em Dubai.

O gerente sênior de vendas para as Américas da Jafza, Ahmad Bin Harib, foi ainda mais enfático. Ele destacou que a balança comercial dos Emirados movimenta US$ 580 bilhões por ano e que o Produto Interno Bruto (PIB) do país é de US$ 390 bilhões.

 “A balança comercial é maior do que o nosso PIB. Isso prova que nós somos de fato o shopping center da região”, ressaltou Harib. “Se você quer o Oriente Médio, tem que estar em Dubai”, declarou.

Com 7,3 mil empresas das áreas de comércio, indústria e logística, a Jafza contribui com US$ 90 bilhões para o comércio exterior do país, sendo que as 62 companhias latino-americanas quem têm negócios lá movimentam US$ 1,5 bilhão. Mais da metade deste valor, ou US$ 820 milhões, é representada pelas 12 empresas brasileiras instaladas na zona franca.

Entre as vantagens que a Jafza oferece para atrair companhias estrangeiras estão isenção de impostos, liberdade total para repatriar recursos, inexistência de restrições para contratações, direito de ter 100% da propriedade do negócio, toda a burocracia concentrada num só guichê, e ampla rede de acesso por ar, mar e terra para outros países do Oriente Médio, África e Ásia.

Harib destacou também a facilidade do “corredor logístico” formado pela Jafza, pelo Porto de Jebel Ali e pelo aeroporto Dubai World Central, que fica em área vizinha. Segundo ele, a empresa instalada na zona franca pode, por exemplo, retirar sua mercadoria de um navio e envia-la para outro país por avião sem tem que passar por alfândega ou posto de controle.

Para dar apoio às empresas brasileiras, a Apex tem um centro de negócios na zona franca. Segundo o gerente de internacionalização do órgão, Juarez Leal, a agência oferece serviços como suporte para a instalação da companhia lá, inteligência de mercado e promoção comercial.

O executivo de negócios internacionais da Câmara Árabe, João Paulo Paixão, acrescentou que a entidade oferece também diferentes serviços para companhias brasileiras interessadas naquele mercado, como certificação de documentos, tradução, pesquisas, contatos com potenciais parceiros de negócios, participação em feiras e missões comerciais. “Não é por falta de apoio que a empresa brasileira que quer ir ao mercado árabe deixará de ir”, observou.

Quem já foi pode dar seu depoimento. Alexandre Vasto, da MCassab, empresa brasileira que atua em diferentes setores e tem uma base na Jafza, contou que companhia atua em Dubai centrada integralmente no fornecimento de cosméticos, e não poupou elogios. “Não tem truque, é aquilo mesmo [que eles estão dizendo], pura e simplesmente. Dubai é uma ilha de tranquilidade para você se concentrar no seu negócio”, declarou.

A área de cosméticos é justamente uma das mais promissoras no país, ao lado da de alimentos, de acordo com Zarooni. Nesse sentido, ele afirmou que a Jafza acaba de lançar um polo voltado a produtos halal, ou seja, elaborados de acordo com rituais islâmicos.

“O Brasil é um dos grandes fornecedores de alimentos do mundo e do Oriente Médio, a Brasil Foods (BFR), por exemplo, é a maior empresa de carnes da região, somos o maior mercado do frango brasileiro, e os cosméticos também estão crescendo muito, e Dubai quer ser a capital mundial da economia islâmica”, disse o vice-presidente da Jafza. Segundo ele, 1,6 bilhão de pessoas são muçulmanas e os países de população islâmica têm um PIB somado de US$ 8 trilhões.

O vice-presidente de Comércio Exterior da Câmara Árabe, Rubens Hannun, destacou que a as relações comerciais do Brasil com o mundo árabe, e com os Emirados em especial, passam por um período de amadurecimento. Ele lembrou que a entidade promove ações constantes em Dubai, como participação em feiras e organização de missões comerciais, pelo menos desde 1998.

“É um amadurecimento que mostra aos árabes a constância destas relações”, ressaltou o executivo. Para ele, os seminários que a Jafza está promovendo no Brasil – no dia 05 de maio será a vez do Rio de Janeiro (veja informações abaixo) – são “um passo a mais nas relações com os Emirados”. Nesse sentido, Hannun contou que nesta terça-feira (29) a Câmara Árabe vai assinar um memorando de entendimentos com a Jafza para promover maior cooperação entre as duas entidades. “É um momento oportuno para firmar esta parceria”, afirmou.

Participaram do seminário também representantes do Departamento de Marketing de Turismo e Comércio de Dubai e da Emirates Airline, e o cônsul geral dos Emirados em São Paulo, Saleh Ahmed Al Suwaidi. "A abertura de um consulado geral em São Paulo mostra como a cidade é importante para os Emirados Árabes", declarou o diplomata.

Fonte: ANBA
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