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24/04/2014
Metade dos países árabes comprou mais do Brasil
 
As exportações aumentaram para 11 dos 22 países da região em março. No geral, porém, houve queda nas vendas, impulsionada principalmente pelo menor embarque de carnes, açúcar e cereais.

São Paulo – O Brasil aumentou as exportações para 11 países árabes em março sobre igual mês de 2013, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Para os árabes como um todo, as vendas caíram 12,5% em receita em março, ficando em US$ 1,02 bilhão, e 2,2% em volume, com três milhões de toneladas. Mas Egito, Argélia, Líbia, Jordânia, Bahrein, Líbano, Síria, Catar, Palestina, Djibuti e Ilhas Comores gastaram mais com produtos brasileiros.

No caso do Egito, que lidera a lista dos países que importaram mais do Brasil em março, as compras ficaram em US$ 172,9 milhões. O país também foi o maior mercado para produtos brasileiros no mundo árabe no mês. O que impulsionou o aumento dos embarques foram carnes, com avanço de 100% para US$ 57,7 milhões, minérios, com crescimento de 11% para US$ 50,8 milhões, e açúcar, com alta de 260% para US$ 32,2 milhões.

As exportações do Brasil para a Argélia passaram de US$ 70 milhões para US$ 103 milhões. O crescimento, de 47%, teve como base principalmente as vendas de açúcar, que avançaram 17% para US$ 68,3 milhões, e as de milho, que ficaram em US$ 13,3 milhões. Em março do ano passado, o Brasil não enviou milho para os argelinos. As vendas para a Líbia (US$ 61 milhões) cresceram 195% impulsionadas principalmente por minério e açúcar, e as para a Jordânia (US$ 60,7 milhões) avançaram em função da exportação de aeronaves, no valor de US$ 39 milhões.

Sobre a queda das exportações para os árabes como um todo, o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, afirma que o Brasil tem problemas de competitividade. “A tendência é que as grandes corporações, em função do "Custo Brasil", façam parcerias para produzir nestes mercados”, afirma. Ele acrescenta que atualmente o mercado interno compra a preços atrativos, o que faz as empresas exportarem menos. Alaby lembra ainda que há o bloqueio à importação da carne bovina brasileira em alguns mercados, como Arbábia Saudita e Iraque.

As exportações totais do Brasil recuaram em março deste ano. Elas caíram 9% sobre o mesmo mês do ano passado, de US$ 19,3 bilhões para US$ 17,6 bilhões. No caso do mercado árabe, o recuo em receita ocorreu principalmente em função do menor faturamento com vendas de carnes (-15,8%), açúcar (-30%), minérios (-5,76%) e cereais (-30,44%). Destes produtos, o minério teve apenas queda de preço, já que o volume embarcado subiu. Os demais tiveram recuo também nas quantidades comercializadas. Estes quatro produtos estão entre os principais na pauta de exportações do Brasil para Oriente Médio e Norte da África.

No acumulado do ano até março, as vendas brasileiras para os árabes estão em queda, de 10,3% sobre o mesmo período de 2013. No primeiro trimestre, a receita com as exportações ficou em US$ 3 bilhões. O volume também recuou no período, em 15%. Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos foram os maiores compradores. Dos três, apenas o Egito aumentou as compras sobre o primeiro trimestre do ano passado.

As importações brasileiras de produtos do mundo árabe caíram neste ano, no acumulado de janeiro a março e em março individualmente. A queda, no mês, foi de 41% para US$ 586 milhões. No trimestre o recuo foi menor, de 6,6%, para US$ 2,2 bilhões. Houve diminuição nas compras de combustíveis minerais e também de fertilizantes. Os dois são os principais produtos da pauta de vendas dos árabes ao Brasil.

Fonte: ANBA
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