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20/03/2014
Brasil cai 20 posições em ranking de logística
 
País aparece na 65ª colocação entre 160 nações em pesquisa realizada pelo Banco Mundial. Na edição anterior do índice, divulgada em 2012, estava no 45° lugar.

São Paulo – O Brasil caiu 20 posições no Índice de Performance em Logística (LPI, na sigla em inglês) calculado pelo Banco Mundial. O País aparece na 65ª colocação do ranking de 160 nações divulgado nesta quinta-feira (20) pela instituição. Na última edição, apresentada em 2012, estava no 45° lugar. A lista faz parte da pesquisa Conectando para competir 2014: logística comercial na economia global.

O índice mede o desempenho dos países em diferentes áreas que influenciam a movimentação de mercadorias, como os serviços alfandegários, a qualidade da infraestrutura de transportes, a pontualidade das entregas, o custo do frete, entre outras.

Para o Banco Mundial, “há um reconhecimento quase universal de que uma cadeia de fornecimento pobre é a maior barreira para a integração comercial no mundo moderno”. Segundo a instituição, os critérios avaliados são cada vez mais reconhecidos como “importantes para o desenvolvimento”.

“O LPI tenta mostrar uma realidade bastante complexa: os atributos da cadeia de fornecimento”, disse Jean-François Arvis, economista sênior da área de Transportes do Bird e criador do índice. “Em países com custos de logística altos, geralmente não é a distância entre os parceiros de negócios que mais contribui para estes custos, mas a confiabilidade da cadeia de fornecimento”, acrescentou. Ou seja, ter uma logística eficiente significa mais competitividade.

No caso do Brasil, o especialista em comércio Daniel Saslavsky, membro da equipe que elaborou o índice, disse que todos os seis componentes do LPI tiveram queda em comparação com o relatório divulgado em 2012.

“O Brasil mostra uma tendência negativa em performance, mas o desempenho de outras nações também tem impacto no ranking do País. Vários países melhoraram [suas posições] em comparação com a edição anterior e isso acabou empurrando a colocação do Brasil para baixo”, afirmou Saslavsky em comentário enviado por e-mail à ANBA.

O Brasil obteve 2,94 pontos no índice deste ano, contra 3,13 no de 2012, o que equivale a 62,3% do desempenho do primeiro colocado, a Alemanha. Saslavsky acrescentou que o resultado reflete a avaliação de operadores brasileiros da área de logística sobre o ambiente de seu próprio país. A pesquisa completa foi feita com mais de mil profissionais do ramo ao redor do mundo.

“Em comparação com 2012, uma maior porcentagem de entrevistados indicou a que os preços e taxas pagas por logística [no Brasil] são altas e que a qualidade da infraestrutura é baixa”, destacou o especialista. “Além disso, o tempo de liberação [de mercadorias] nas fronteiras aumentou substancialmente na visão dos operadores”, concluiu.

Entre os Brics, o Brasil só ficou à frente da Rússia, que está na 90ª posição no ranking. Frente às nações árabes, o País está atrás dos Emirados Árabes Unidos, que ficou no 27° lugar, Catar (29°), Arábia Saudita (49°), Bahrein (52°), Kuwait (56°), Omã (59°) e Egito (62°). Um país árabe, a Somália, ocupa a última posição da lista global. Nas duas primeiras edições do LPI o Brasil ficou na 61ª colocação, em 2007, e na 41ª, em 2010.

O Banco Mundial informa que a diferença de performance entre os países que estão no topo e os que estão no final do ranking é ainda bastante grande, apesar de uma pequena “convergência” observada a partir de 2007.

A instituição avalia que esta distância persiste em função da complexidade de realização de reformas e investimentos na área de logística em países em desenvolvimento, mas, de forma geral, há alguma melhora.

Fonte: ANBA
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