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26/02/2013
Oriente Médio é "mina de ouro" para alimentos
 
Afirmação foi feita pela ministra do Comércio dos Emirados Árabes, Lubna Al Qasimi, no primeiro dia da Gulfood, feira do ramo em Dubai. Mercado aquecido atrai mais fornecedores, como o Equador.

Dubai – O Oriente Médio é uma “mina de ouro” para a indústria de alimentos. Com estas palavras, a ministra do Comércio dos Emirados Árabes Unidos, Lubna Al Qasimi, abriu nesta segunda-feira (25) uma conferência sobro o setor no primeiro dia da Gulfood, feira do ramo realizada em Dubai. Só nos Emirados, segunda economia da região do Golfo, atrás apenas da Arábia Saudita, o consumo de alimentos movimentou US$ 7,7 bilhões no ano passado e pode chegar a US$ 9 bilhões em 2013, de acordo com ela.

Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), segundo a ministra, importam cerca de 90% dos alimentos que consomem. Isso se deve à pouca área cultivável, escassez de água e a uma população jovem e crescente. Qasimi reiterou que as importações de alimentos pelo bloco deverão mais do que dobrar até 2020, ultrapassando US$ 53 bilhões anuais.

Nesse sentido, ela ressaltou que o setor representa “mais do que um negócio” para a região, é algo vital que coloca a questão da segurança alimentar no topo das preocupações locais. O GCC é formado por Arábia Saudita, Emirados, Catar, Bahrein, Kuwait e Omã.

“Ao longo dos próximos anos eu espero que, além de falar sobre negócios, nós possamos descobrir como fazer esta indústria prosperar para atender as aspirações do povo árabe”, destacou a ministra. “Eu espero que vocês (empresários) consigam incluir temas essenciais neste diálogo, como sustentabilidade, segurança e comunidade”, acrescentou.

Além da importância como mercado consumidor, Qasimi destacou o papel dos Emirados como entreposto comercial do ramo, sendo o primeiro reexportador mundial de arroz e forte também nas áreas de café, chá e açúcar.

Tanto que o comércio exterior destes produtos movimenta no país muito mais do que o consumo local. Segundo a ministra, a corrente comercial de alimentos movimentou US$ 80,4 bilhões nos Emirados nos últimos cinco anos, um avanço de 84% em relação ao período anterior. As importações responderam por US$ 59,2 bilhões.

É de olho nesta “mina de ouro” que estão as empresas que participam da Gulfood, uma das feiras de negócios mais movimentadas da região. É difícil andar pelos corredores do Dubai World Trade Centre sem esbarrar em algum brasileiro de vez em quando.

O Brasil participa da mostra desde 2007 e este ano está presente com mais de 50 expositores de diferentes áreas da indústria de alimentos e bebidas. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira tem um estande em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Primeira vez

Além dos expositores tradicionais, o mercado aquecido atrai novos fornecedores, como é o caso do Equador, que participa da mostra pela primeira vez com um pavilhão. O país abriu em outubro do ano passado um escritório comercial em Dubai e a presença na Gulfood é a primeira promovida pelo órgão em um evento do gênero.
“É estratégico para o Equador entrar em novos mercados internacionais”, declarou o chefe do escritório, Hussam Hassan, palestino nascido no Iraque, que viveu no país sul-americano e fala espanhol fluentemente. “Por isso resolvemos participar da Gulfood”, acrescentou. Em sua avaliação, estar nos Emirados facilita o acesso a outras nações emergentes, especialmente do Oriente Médio e África. Hassan conhece bem a comunidade de negócios da região, pois até há pouco tempo trabalhava na Dubai Exports, agência de promoção de exportações do emirado.

A presença equatoriana começa pequena, com quatro empresas, mas com um visual bonito, o que inclui expositores trajando chapéus Panamá, que, apesar do nome, são produzidos no Equador. As companhias presentes são a Nirsa, de atum, a Earth Fructifera, de frutas e vegetais, a Banalight, que produz purês de banana e manga, e a Pacari, de chocolates.

Hassan concorda com o diretor da feira, Mark Napier, que em entrevista à ANBA publicada no último domingo, disse que há um aumento do interesse pela culinária sul-americana no Oriente Médio. “Os alimentos, vegetais, frutas, de melhor qualidade, são da América do Sul”, destacou. Ele disse ainda que a facilitação do comércio de itens perecíveis entre as duas regiões, por meio da abertura de linhas aéreas diretas, também incentiva esta demanda.

Fonte: ANBA
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