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22/02/2013
Egito quer atrair empresas brasileiras
 
Hassam Zaki, novo embaixador do país em Brasília, está em viagem de dois dias por São Paulo para conversar com companhias de vários setores. Egito quer reduzir déficit comercial com Brasil.
São Paulo – O Egito quer atrair empresas brasileiras para o seu mercado. Para isso, o novo embaixador do país em Brasília, Hassam Zaki, está em viagem por dois dias a São Paulo, nesta quinta (21) e sexta-feira (22), para conversar com empresas de diversos setores, como aviação, confecção e frigorífico.

"As relações entre o Egito e o Brasil são amplas e diversificadas. Nós importamos vários itens do Brasil, como produtos agrícolas, bovinos, frangos, ferro e também temos trocas em muitas outras áreas, incluindo aviação e indústria. Estes encontros refletem o interesse que o Egito tem em fortalecer as relações com o Brasil em todos estes campos", afirmou Zaki, durante visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira ocorrida na quinta-feira (21).

Zaki estava acompanhado pelo cônsul do Egito em São Paulo, Ahmed Salah, e pelo chefe do escritório comercial do Egito na capital paulista, Alaa Radwan. Eles foram recebidos pelo executivo de Relações Governamentais da Câmara Árabe, Tamer Mansour, e pelo vice-presidente de Relações Internacionais da entidade, Helmi Nasr.

O embaixador tinha encontros programados com representantes da Embraer (aviação), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Volkswagen (automóveis), do Instituto Lula (cooperação internacional), da Coteminas (têxteis e confecção) e do Grupo Marfrig (frigorífico).

Zaki assumiu oficialmente suas atribuições de embaixador em Brasília no dia 23 de janeiro, quando entregou suas credenciais à presidente Dilma Rousseff. Segundo o diplomata, outro de seus objetivos no posto é reduzir o déficit comercial entre os dois países.

"Nossas exportações ao Brasil estão abaixo dos US$ 500 milhões. O Brasil exporta ao Egito cerca de US$ 2,6 bilhões. Queremos aumentar nossas exportações ao mercado brasileiro. É verdade que a economia egípcia enfrenta atualmente algumas dificuldades relacionadas a questões políticas, mas nós gostaríamos que as empresas egípcias tivessem mercado aqui no Brasil", declarou. Entre as ações que estão sendo planejadas está a realização de uma feira multissetorial das indústrias egípcias no Brasil.

Sobre o embargo egípcio à carne bovina produzida no Paraná, provocado pela morte no estado de um animal que tinha o agente causador da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o mal da vaca louca, Zaki afirmou que seu país irá esperar até que o governo brasileiro resolva o problema local para que a proibição seja cancelada. O animal tinha o agente no seu corpo, mas não morreu por causa dele.

"Eu me encontrei com o ministro da agricultura [Mendes Ribeiro Filho] em Brasília e conversei com ele sobre o assunto. Ele nos explicou o problema e como pretende resolvê-lo em nível internacional para suspender qualquer embargo que exista sobre as importações do Paraná. Nós não vamos ser uma exceção. Vamos esperar até que o Brasil resolva esta questão completamente e estaremos prontos para recomendar ao nosso governo que suspenda o embargo quando for o caso", explicou.

Situação política

Durante sua visita à Câmara Árabe, Zaki afirmou acreditar que a situação política em seu país irá apresentar melhoras em breve. O Egito aprovou sua nova constituição em dezembro do ano passado, o que não acalmou os ânimos dos protestos populares que acusam o documento sancionado por pelo presidente Mohammed Morsi de não atender a todos os segmentos da sociedade egípcia.

"Os egípcios são conscientes de sua história e de que a sociedade precisa se mover para frente, não para trás. Penso que a solução para as questões políticas seja o diálogo entre as partes no Egito e penso que isto será feito logo". Para o diplomata, seu país deve focar no desenvolvimento econômico.

"Espero que a situação se acalme e que o foco de todos seja na economia. Precisamos focar nela pelo bem do povo e da sociedade, porque isto é a estrutura da sociedade", destacou.

De acordo com Zaki, a diplomacia egípcia e a brasileira estão tratando sobre a organização de uma visita do presidente Morsi ao Brasil ainda no primeiro semestre deste ano.

“Vai ser a primeira visita de um presidente egípcio ao Brasil, o que por si só é um movimento histórico”, ressaltou. “Depois, temos relações muito boas com o Brasil. Precisamos fortalecer estas relações ainda mais, precisamos cooperar com o lado brasileiro no comércio, na indústria e investimentos”, afirmou, reforçando seu interesse em levar empresas brasileiras para seu país.

"O Egito é um mercado sólido, importante, tem uma base industrial sólida e tem acesso a muitos mercados, como o do leste da África, mercados árabe e europeu, e na área têxtil tem acesso ao mercado americano. Temos muitas vantagens. Quando o presidente vier, levaremos esta relação a um nível diferente e é isso que esperamos", disse.

Ele afirma que o Egito oferece um ambiente seguro para os negócios e destaca o potencial de um mercado com 88 milhões de habitantes. "Penso que é inteligente investir no Egito neste momento, porque se você investe na baixa, você maximiza seus ganhos na alta", apontou.

Fonte: ANBA
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