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21/02/2013
Brasil busca atrair investidores de Dubai
 
Seminário realizado no emirado mostrou quadro regulatório e projetos no País. O encontro fez parte da programação da missão ao Oriente Médio organizada pela Apex.

Dubai – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) realizou nesta quarta-feira (20) um seminário para investidores em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, como parte da missão empresarial ao Oriente Médio que ocorre esta semana e que já passou por Jeddah, na Arábia Saudita. A viagem, que conta com representantes de 30 empresas, tem apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.


O objetivo da conferência era atrair investidores locais para projetos no Brasil. Vladimir Miranda Abreu, sócio do escritório de advocacia Tozzini Freire, de São Paulo, falou sobre a legislação de investimentos estrangeiros no País, incluindo questões tributárias; Robert Linton, da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), apresentou um quadro do setor de fundos de investimentos em participações e de fundos mútuos de investimentos em empresas emergentes; e o sócio da administradora BR Investimentos, Jones Gomes, mostrou os fundos que gerencia, em áreas como educação, logística e infraestrutura.

Amber Israr, vice-presidente sênior do banco de investimentos MAS Clear Sight, gostou da apresentação, mas disse que ela se prendeu a aspectos gerais do setor no Brasil e que deveria ter ido mais fundo na apresentação de oportunidades existentes no País no que diz respeito aos fundos. Ela disse que a companhia ainda não tem negócios no Brasil, “mas recomendamos os Bric para os investidores”, disse a executiva, referindo-se ao grupo de países que inclui Brasil, Rússia, China e Índia. O principal interesse da empresa é em títulos.

Malik Imran Yunus, também vice-presidente sênior da MAS, precisa de informações detalhadas para poder aconselhar seus clientes a onde por seu dinheiro, isso inclui saber como determinados setores e regiões poderão se comportar nos próximos cinco anos.
O vice-presidente sênior da Century Financial Brokers, corretora com sede em Dubai, Rafi Khan, está em busca também de oportunidades em fundos mútuos e de private equity, mas ele já tem negócios com fundos mútuos que incluem investimentos no Brasil. “Há muitas pessoas na comunidade de investidores que sabem da força do Brasil, de seus recursos naturais e solidez, não é algo novo”, afirmou.

Para ele, o País não deveria ser mais designado como “emergente”, mas como “economia plenamente desenvolvida”. “Deveriam remover essa designação”, destacou ele, opinião que certamente agradaria ao governo brasileiro.

Mas nem todo mundo tem esse conhecimento do País. Ahmed Al Ghareeb, gerente-geral da Fundação para o Desenvolvimento Humano Humaid Bin Rashid Al-Nuaimi, um fundo soberano de Ajman, nos Emirados, acompanhou o seminário para saber informações sobre o sistema legal e tributário brasileiro, principalmente para verificar se a entrada e saída de capitais é livre. A entidade aplica o retorno dos investimentos em projetos educacionais no emirado.

Alimentos

Já o gerente executivo da Transcontinental Food Company, Mohamed Ali Mechraoui, dona da marca de alimentos Sam’s, estava mais interessado em importar mercadorias do Brasil, mas disse que realizou estudos acadêmicos sobre o fluxo mundial de investimentos estrangeiros diretos e que o Brasil “é muito interessante”. “Os países emergentes estão olhando para o Brasil e a Turquia como modelos de desenvolvimento”, ressaltou. “Se os árabes desenvolverem suas relações com o Brasil, será muito lucrativo para as duas partes”, observou.

Na mesma linha, Neela Depala Robberstad, diretora gerente da Asaat, distribuidora de alimentos, tem mais interesse na importação de produtos brasileiros, mas disse que a empresa está “aberta a novas ideias”. “Somos pequenos o suficiente para considerá-las”, declarou. A companhia é de médio porte.

Fonte: ANBA
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