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21/02/2013
Importadores querem produtos com preço baixo
 
Empresários de Dubai estão interessados em ampliar compras do Brasil, mas a concorrência no mercado local é forte e o valor das mercadorias é essencial. "O custo Brasil está pesando", diz executivo.

Dubai – Empresas dos Emirados Árabes Unidos estão interessadas em importar mais produtos do Brasil, mas estão de olho nos preços. Empresários brasileiros e de Dubai participaram nesta quarta-feira (20) de rodada de negócios no emirado, como parte de missão comercial ao Oriente Médio promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.


“Foi uma boa ideia organizar este evento antes da Gulfood”, disse Neela Depala Robberstad, diretora gerente da Asaat, distribuidora de alimentos com sede em Dubai, referindo-se à feira da indústria alimentícia que ocorre no emirado na próxima semana. A maior parte das companhias que integram a missão é do ramo de alimentos. “[O Brasil] é um mercado muito interessante, mas aqui é um lugar onde se pensa muito no preço”, acrescentou.

Ela não importa produtos brasileiros, mas tem interesse em começar a comprar todos os tipos de produtos alimentícios de prateleira.
Mohamed Ali Mechraoui, gerente executivo da Transcontinental Food Company (TFC), dona da marca Sam’s, que está presente no Oriente Médio e Norte da África, observou que o País figura como um dos maiores fornecedores de alimentos para a região, especialmente de carne a frango. Ele próprio compra estes produtos do Brasil. Segundo o executivo, essa é uma demanda dos clientes.

Cesar Reis, gerente de comércio exterior da indústria de biscoitos Marilan, disse que fez contatos positivos nesta quarta-feira com empresários que se enquadram no perfil buscado pela fabricante, distribuidores que representem bem a marca, que atendam todos os canais e cubram o país inteiro. A marca vende para a região, mas ainda não aos Emirados e à Arábia Saudita, onde a delegação esteve no início da semana. “A seleção [dos contatos] foi muito boa”, afirmou.

Humberto Salvador Afonso, diretor da Alibra, declarou que os empresários locais fizeram muitas perguntas sobre as mercadorias e informaram que alguns dos produtos brasileiros estão caros em relação aos de outros países. “O Brasil está caro, o "custo Brasil" está pesando”, destacou.

Isso vale principalmente para os lácteos, uma das principais linhas oferecidas pela empresa. Houve, no entanto, muito interesse por novidades, e a companhia apresentou isso na forma de sucos com sabores diferentes, como os de banana, mistura de papaia, banana e laranja, frutas vermelhas, guaraná, sucos com quitosana - substância que ajuda a reduzir a absorção de gordura -, e a linha de cereais para bebês. “Acreditamos que [os contatos] podem virar negócios, precisamos fazer o follow up”, ressaltou.

Encomenda de madeira

Na área de madeiras, Igor Kaufel, da trading WK, disse que fez bons contatos e que na segunda-feira, em Jeddah, na Arábia Saudita, fechou negócio com um distribuidor local para exportar 20 contêineres de madeira serrada. Ele já vende para os Emirados, mas na cidade saudita recebeu um pedido pela primeira vez. A concorrência, porém, não está fácil. “A Romênia está dando madeira”, declarou.

Quem comentou sobre os preços dos romenos também foi Douglas da Silva, da trading Daune, de Santa Catarina. Ele, no entanto, gostou dos contatos feitos e disse que, ao voltar ao Brasil, vai discutir com seus fornecedores se existe a possibilidade de baixar os valores para conseguir fechar negócios em Dubai.

O gerente de exportação da Unicasa, Juliano Barreti, por sua vez, disse que a empresa vendia bem aos Emirados antes da eclosão da crise financeira internacional, em 2008, quando o ramo de construção do emirado sofreu um baque. A companhia é dona de marcas como a Dell Anno e Favorita, de móveis planejados. Agora, em sua avaliação, o setor parece ter uma retomada. Ele recebeu pedido para orçar um projeto para um hotel e espera receber pelo menos mais dois ou três, que no futuro poderão virar contratos.

Fonte: ANBA
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