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19/02/2013
Novos negócios na Arábia Saudita
 
Delegação comercial brasileira participou de reuniões com empresários locais em Jeddah. Evento promete resultar em novos contratos de exportação.

Jeddah – A delegação comercial brasileira que está no Oriente Médio em busca de oportunidades deixa Jeddah, na Arábia Saudita, nesta terça-feira (19) com promessas de novos contratos de exportação, após rodada de negócios com empresários locais realizada nesta segunda-feira (18), no hotel Park Hyatt. A missão, que ainda vai passar por Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) com apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

"O nível dos compradores foi bacana, há boas perspectivas de fechar negócios", afirmou Rafael Narciso de Souza, da Sakura, tradicional fabricante de molho de soja. "Eles têm interesse em comprar produtos novos e colocar no mercado", acrescentou.

Além do shoyu comum, a empresa mostrou versões sem glúten e com menos sal que, segundo Souza, podem ser bons diferenciais no mercado externo. "Eles querem mais qualidade com preço acessível", afirmou. A companhia apresentou também suas linhas de molhos de pimenta e para saladas e houve até interesse por produtos considerados tipicamente brasileiros, como palmitos e outras conservas.

Julio Ribeiro, da Clap Alimentos, disse que a rodada atendeu suas expectativas. A empresa já vende sua linha de pratos prontos e pães de queijo congelados para uma rede de supermercados de Riad, a capital do país, mas ainda não está presente em Jeddah. Ele afirmou que fez contatos promissores nesse sentido.

"Temos muita confiança neste mercado [do Oriente Médio], que está em crescimento enquanto outras economias estão estagnadas", destacou Ribeiro. "A gente vê um potencial muito grande", acrescentou. Ele destacou ainda que para se firmar na região é preciso ser persistente, visitar regularmente os clientes e potenciais compradores.

Na mesma linha, Alain Whebe, da Chocolates Garoto, contou que também vende para uma cadeia supermercadista de Riad, mas ainda não tem compradores em Jeddah. Ele quer encontrar na cidade um distribuidor que atenda o varejo em geral. "Se tivermos um distribuidor poderemos fazer muito mais [embarques], ao invés de 140 a 150 toneladas por ano, podemos conseguir chegar a 400 toneladas", disse.

O mercado, de acordo com Whebe, "tem muita briga de preços" na área de chocolates, com forte concorrência de empresas turcas e europeias, que pagam frete muito mais barato para colocar seus produtos no Oriente Médio. Segundo ele, o transporte de um contêiner refrigerado de 40 pés da Europa demora sete dias e custa de US$ 700 a US$ 800, ao passo que do Brasil o período é de 42 dias e o valor chega a US$ 6 mil. No entanto, Whebe garante que a Garoto tem uma política de preços "agressiva" e espera que novos negócios possam ser fechados.

Também do ramo de chocolates, a Harald quer entrar na Arábia Saudita. A empresa vende atualmente para Emirados, Jordânia e Iêmen. Sua linha de produtos, no entanto, é diferente, são itens como cacau em pó e confeitos de chocolate destinados a padarias e confeitarias. Um dos destaques é a certificação de origem do cacau, que vêm de fornecedores exclusivos no Pará e na Bahia. “Acho bem possível que a gente consiga alguma coisa”, disse José Ricardo Cicone, gerente de comércio exterior.
Quem acredita também na possibilidade de negócios é Richard Posse, da Pacific Group, de Brasília, que representa a paraibana Coco do Vale, de água de coco. A empresa ainda não exporta ao Oriente Médio e pretende encontrar um distribuidor ou uma grande rede varejista.

Boa parte dos integrantes da missão é do ramo de alimentos, e muitos deles vão expor na Gulfood, feira do setor que ocorre em Dubai na próxima semana. É o caso, por exemplo, de Max Arora, da Evia Foods, que exporta principalmente frangos. Como ele, vários dos empresários ouvidos pela ANBA acreditam que contatos feitos na rodada em Jeddah podem se transformar em pedidos na mostra, que é a principal do setor na região e será visitada por diversos importadores que estiveram no evento desta segunda-feira.

Menos otimistas estão os representantes das vinícolas Aurora e Garibaldi, do Rio Grande do Sul, que tentam emplacar suco de uva puro no mercado do Oriente Médio. “Há muita gente interessada, mas poucos dispostos a investir”, disse Felippe Tiago Fleck, da Aurora. Embora exista grande variedade de sucos disponível no varejo local, inclusive de uva, os importadores não estão acostumados a comprar o produto engarrafado e pronto para beber, pois a indústria local costuma adquirir suco concentrado e engarrafá-lo na região.

Peças

Fora da área de alimentos e bebidas, Fabio Toledo, da General Products, viu potencial para vender as autopeças fabricadas pelas empresas que representa. Ele já tem negócios na cidade saudita de Damman, mas quer um novo distribuidor em Jeddah. A principal demanda, segundo ele, é por peças para caminhões, ônibus e máquinas pesadas de construção.

Neste mesmo segmento, a NSO Borrachas viu muito interesse em mangueiras para automóveis. Embora sua especialidade nesta área sejam as mangueiras para veículos pesados, a empresa garante que pode produzir o que os clientes desejam. "É bom ter mangueiras novas para desenvolver", afirmou Karla de Mello Kalef, diretora administrativa e comercial da companhia.

Fonte: ANBA
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