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18/02/2013
Selo sustentável ajudará a exportar calçados
 
Setor coureiro-calçadista ganhou programa de certificação de sustentabilidade, que deve ser diferencial no mercado externo. Doze empresas já passaram pela primeira fase do programa.

São Paulo – As indústrias de calçados e insumos para o setor querem ganhar mercado internacional com a sustentabilidade. As empresas se uniram e criaram selo que certifica o seguimento de normas nas áreas econômica, social, ambiental e cultural. “Um dos objetivos é esse, ajudar a exportar. O calçado brasileiro está buscando sair dessa guerra de preços, quer competir com um diferencial, quer que o mercado pague mais porque o produto tem sustentabilidade”, afirma Linda Pienis, coordenadora do Instituto By Brasil, gestor do projeto.

Para receber a certificação, a empresa deve seguir exigências em cada um dos quatro pilares estabelecidos. Para cumprir as normas na área econômica, por exemplo, é obrigatório ter uso racional de água e energia elétrica, utilizar energia renovável, além da não-renovável, promover avaliação de desempenho pelos colaboradores, investir em pesquisa e desenvolvimento, entre outros. Na área ambiental, entre as exigências estão ter controle de origem das matérias primas, coleta seletiva, usar embalagens recicláveis e dar suporte ao transporte coletivo.

No pilar social, as normas vão do uso de práticas de segurança do trabalho e saúde preventiva à obediência das leis trabalhistas. Na área cultural, que é um dos diferenciais do programa, a empresa precisa ter engajamento dos colaboradores em programas de preservação da cultura empresarial, promover ações voltadas para cultura, entre outros. Para cada um dos pilares, além de indicadores obrigatórios, há os "muito importantes" e os "desejáveis", cujo seguimento também é levado em conta.

As empresas podem ser certificadas no programa Origem Sustentável em vários níveis, desde o Branco, que é a simples adesão ao programa e a disposição para cumprir as normas, o Bronze, para o qual ela precisa responder um questionário de auto-avaliação, até o Prata, Ouro e Diamante. Para ser certificada a partir do nível Prata a indústria passará por uma auditoria. Quanto maior o nível, maior o número de exigências a cumprir.

Em janeiro deste ano, 12 empresas receberam o Bronze, das quais três se preparam para receber a certificação Ouro, segundo Linda. Das 12 indústrias já certificadas, nove são produtoras de componentes - Killing, FCC, Prisma, Endutex, Dublauto Gaúcha, Jotaclass, JR Dublagens, Cipatex e MK Química - e três são fabricantes de calçados - Piccadilly, Calçados Bibi e Dian Patris.

O projeto começou a ser implementado há mais de dois anos e partiu da percepção, primeiramente das empresas da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), de uma demanda por sustentabilidade por parte dos fabricantes internacionais de calçados e vestuário clientes da indústria brasileira. “Cada empresa já tinha as suas ações, mas não havia um padrão”, explica Linda.

Foi a Assintecal quem deu o pontapé ao projeto, que hoje também tem a participação da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a parceria do Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP), Instituto de Tecnologia de Massachusetts e do Instituto By Brasil. Este último, o gestor, é uma instituição sem fins lucrativos da área de ciências e tecnologia. Também há o patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Fonte: ANBA
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