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15/02/2013
Empresas partem otimistas ao Oriente Médio
 
Missão organizada pela Apex vai levar 30 companhias para rodadas de negócios na Arábia Saudita e Emirados. Além disso, pelo menos 10 projetos no Brasil serão apresentados a investidores.

São Paulo – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) realiza a partir de segunda-feira (18) uma missão comercial ao Oriente Médio, com passagens pela Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Os empresários que vão integrar a delegação estão otimistas em relação às perspectivas de negócios.

"A nossa expectativa é ótima, pois estamos desenvolvendo um trabalho na região há algum tempo", disse Fernando Reis Costa, da Café Fazenda Caeté, empresa que produz café torrado e moído em saquinhos como os de chá. "Acreditamos que o potencial da rede hoteleira de Dubai possa ser importante, dando visibilidade e giro rápido ao nosso produto", acrescentou.

Na mesma linha, a fabricante de biscoitos Marilan pretende encontrar parceiros para levar seus produtos a mercados da região que ainda não são atendidos. Além dos contatos com importadores sauditas e dos Emirados, os executivos brasileiros terão reuniões com empresários de outras nações da região. De acordo com o gerente de exportação da Marilan, César Reis, o mercado do Oriente Médio tem “grande importância” para a companhia. “Para ter uma ideia do peso, desde 2011 todas as embalagens dos nossos produtos já vêm com o árabe impresso”, afirmou.

A exportadora de alimentos Bel International informou ter 12 reuniões marcadas em Jeddah, na Arábia Saudita, e 32 em Dubai, nos Emirados. “É justo, portanto, ter uma grande expectativa”, declarou Paulo Bergamaschi, diretor da empresa. Ele vai apresentar produtos de cinco fabricantes, como proteína de soja, condimentos, conservantes, arroz, carne enlatada, embutidos, refrigerantes e água mineral. “Já temos negócios na região e temos ido lá com alguma frequência, pois são grandes importadores de alimentos, nosso negócio”, destacou.

Outra companhia que pretende ampliar seus negócios no Oriente Médio é a Sakura. “Esperamos ótimas reuniões com compradores bem objetivos, que nos estimularão a ganhar cada vez mais espaço neste mercado”, ressaltou Rafael Narciso de Souza, trader da tradicional fabricante de molho de soja. Além do shoyu, a empresa vai mostrar produtos como molhos para saladas e conservas. “Nossa empresa entende que o mercado externo é o caminho da prosperidade”, disse.

A Harald Chocolates, por sua vez, vende para Dubai, Líbano e Iêmen, mas quer ampliar seus negócios e elegeu a região como alvo a partir deste ano. O gerente de comércio internacional, José Ricardo Cicone, vai atrás de novos distribuidores. “Exportação para a Harald é uma questão estratégica, pois como todas as indústrias desse setor, 70% de nossos custos de matéria-prima e material de embalagem estão atrelados ou cotados em dólar”, afirmou. “Aumentando os negócios no exterior, garantimos à empresa um ‘hedge’ natural de moeda forte, evitando as oscilações e especulações de moedas internacionais”, acrescentou. Outra vantagem, segundo ele, é a valorização da marca.

Fora do ramo de alimentos, a Astra, fábrica de produtos para banheiros, quer começar a fazer negócios na Arábia Saudita e ampliar sua presença nos Emirados. “Acreditamos que o país (Arábia Saudita) tem um grande potencial para nossos produtos”, afirmou Marc Olivier Dotto, responsável pela área de comércio exterior. “Precisamos aproveitar melhor o potencial que a região oferece, já estamos consolidados em quase todos os países da América Latina, mas temos muito o que crescer na África e no Oriente Médio”, ressaltou.

Já a trading Daune, que comercializa produtos de madeira, tem metas específicas. Segundo Douglas Silva, representante da empresa, a expectativa é gerar US$ 500 mil em negócios este ano e US$ 1 milhão no próximo nos países árabes. Na região, o foco é nas madeiras serradas para uso na construção e na indústria.

Ao todo, 30 companhias exportadoras dos ramos de alimentos, autopeças e casa e construção vão participar da missão.

Investimentos

Além das rodadas de negócios entre os exportadores brasileiros e os importadores da Arábia Saudita, Emirados e região, a delegação contará com empresários que têm interesse em atrair investimentos para projetos no Brasil. São pelo menos 10 projetos nas áreas imobiliária, de infraestrutura e de produção agropecuária, segundo o coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da Apex, Vinícius Estrela.

“Este é um modelo que vem dando muitos resultados”, declarou Estrela, referindo-se ao formato da missão, que reúne rodadas negócios com importadores locais e regionais, apresentações para investidores e a participação institucional do governo brasileiro. Além do presidente da Apex, Maurício Borges, a delegação terá representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ao qual a agência é vinculada, e do Itamaraty. A viagem tem apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e contará com a participação do diretor-geral da entidade, Michel Alaby.

Fonte: ANBA
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