Notícias
24/01/2013
Emergentes atraíram mais dinheiro em 2012
 
Pela primeira vez os investimentos estrangeiros diretos nos países em desenvolvimento superaram o total aplicado nas nações desenvolvidas. Fluxo mundial, no entanto, caiu 18% em relação a 2011.

São Paulo – Pela primeira vez os países em desenvolvimento receberam mais investimentos estrangeiros diretos (IED) do que as nações desenvolvidas no período de um ano, de acordo com dados divulgados na noite desta quarta-feira (23) pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). No total, o fluxo total de IED somou US$ 1,3 trilhão em 2012, uma queda de 18% em relação a 2011.

O volume de recursos destinados às economias em desenvolvimento chegou a US$ 680 bilhões, ultrapassando o valor recebido pelos países desenvolvidos em US$ 130 bilhões, segundo o boletim Global Investment Trends Monitor (Monitor de Tendências Globais de Investimentos).

“Os fluxos de IED para as economias em desenvolvimento permaneceram elásticos, recuando apenas 3%”, diz o levantamento da Unctad. “Os fluxos para a Ásia em desenvolvimento perderam algum impulso, embora tenham permanecido em patamares históricos. A América Latina e a África tiveram um pequeno aumento”, acrescenta.

Na seara latino-americana, o desempenho foi influenciado pela América do Sul, com o crescimento econômico da região. Isso influenciou os investimentos voltados aos mercados internos. Nos casos de Chile, Peru e Colômbia, houve ainda direcionamento de recursos para a mineração.

No Brasil, a entrada de IED “desacelerou, mas permaneceu robusta”. O Banco Central divulgou, também na quarta-feira, que a entrada de investimentos para o setor produtivo somou US$ 65,3 bilhões em 2012, segundo maior valor já registrado, atrás apenas dos US$ 66,6 bilhões de 2011. Para a Unctad, isso confirma a posição do País como líder no recebimento de investimentos na região, respondendo por 28% do total.

Já para o Oriente Médio, o fluxo de recursos caiu pelo quarto ano consecutivo, segundo a agência da ONU, e ficou em US$ 47 bilhões. Os motivos foram a continuidade das incertezas políticas na região e as perspectivas econômicas ruins na esfera global. O levantamento destaca, porém, que os investimentos na Arábia Saudita, principal destino regional, cresceram 15,1% para US$ 18,8 bilhões.

Para a África, o fluxo de IED avançou 5,5% para US$ 45,8 bilhões. De acordo com a Unctad, a região norte do continente reverteu tendência de baixa, com destaque para o Egito, que recebeu US$ 3,5 bilhões, após ter registrado um desinvestimento de US$ 500 milhões em 2011. Isso foi resultado da retomada de investimentos europeus, apesar da crise na Zona do Euro.

Frustração

No cenário global, o fluxo total de US$ 1,3 trilhão ficou abaixo da previsão feita em julho de 2012 pela Unctad, que era de US$ 1,6 trilhão. Ao longo do segundo semestre, porém, a entidade já havia alertado que a projeção não seria atingida.

A queda do fluxo mundial em comparação com 2011 interrompeu recuperação iniciada em 2010 e indica, na avaliação da agência da ONU, que a retomada vai levar mais tempo do que o previsto. A movimentação de IED atingiu seu maior patamar em 2007, quando chegou a US$ 2 trilhões, mas caiu nos dois anos seguintes em função da crise econômica internacional, chegando a US$ 1,21 trilhão em 2009.

Para 2013, a Unctad espera um crescimento “moderado” até US$ 1,4 trilhão. Em 2014, a projeção é de US$ 1,6 trilhão, mesmo volume de 2011. A entidade avalia que a economia mundial terá uma recuperação “hesitante e desigual” nestes dois anos.
Fonte: ANBA
Voltar - Início