São Paulo – O governo brasileiro promove de 18 a 21 de fevereiro missão comercial ao Oriente Médio com 29 empresas das áreas de alimentos e bebidas, autopeças e casa e construção. Elas vão participar de rodadas de negócios com companhias árabes em Jeddah, na Arábia Saudita, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Os empresários e os organizadores se reuniram nesta terça-feira (22) na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, para discutir detalhes da viagem.
“Nossa expectativa este ano é consolidar contatos já feitos e estender nossa rede de distribuidores para outros países”, disse Sérgio Nunes, responsável por vendas da Amazônia Energy, companhia de Belém, no Pará, que exporta açaí e polpas de outras frutas amazônicas, entre elas graviola, cupuaçu, acerola e taperebá, como o cajá nordestino é conhecido na região norte do Brasil.
A empresa tem um parceiro do Kuwait que distribui produtos na região sob a marca própria Açaí Brazil. Além de reforçar o negócio de açaí, Nunes pretende explorar o mercado de polpas para a indústria de sucos. Ele planeja também ter uma estrutura para armazenagem e, assim, ter mercadoria para pronta entrega.
Na mesma linha, o projeto 100% Grape Juice of Brazil, que reúne 13 empresas produtoras de suco de uva, espera consolidar contatos feitos anteriormente com empresários do Oriente Médio.
“Voltamos com boas expectativas, eles (os importadores) estão interessados, mas é um processo lento”, afirmou o assistente de promoção comercial do projeto, Edgar Sinagaglia Jr., contando que o grupo realizou viagens anteriores à região no ano passado. A iniciativa é uma parceria do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Quem também pretende intensificar os contatos é Gilberto Millen, da trading que leva seu sobrenome, de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ele exporta bebidas e alimentos como biscoitos, balas, chocolates, panetones, sucos e produtos feitos com amendoim, além de café torrado em grãos de fabricação própria.
Especialmente na Arábia Saudita, o empresário espera encontrar mercado para seu café entre pequenas cafeterias, para poder vender pelo serviço Exporta Fácil, dos Correios, que permite o embarque de forma simples de quantidades reduzidas de mercadorias. Nos demais produtos, Millen representa quatro indústrias da região de Ribeirão. Ele quer aprofundar contatos já realizados.
Retorno
É a segunda vez que o empresário participa de uma missão do governo ao Oriente Médio. A primeira foi em fevereiro de 2012, também aos Emirados e Arábia Saudita. “Na primeira vez fizemos muito contatos, para conhecer, e descobrimos que precisávamos ter produtos mais preparados do ponto de vista das embalagens, idioma e certificações”, declarou. Agora ele vai levar algum material em árabe. O trader já vende para países como Líbano, Palestina, Argélia e Israel.
Amazônia Energy e o projeto 100% Grape Juice of Brazil também participaram da missão do ano passado, sendo que o grupo de produtores de suco de uva ainda organizou por conta própria outra viagem à região. Isso mostra que algumas empresas brasileiras estão mais persistentes na busca do mercado árabe. Além disso, parte das companhias que integrará a delegação vai expor na Gulfood, feira da indústria alimentícia que ocorre em Dubai a partir do dia 21 de fevereiro.
A missão deverá ser liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e está confirmada a presença da secretária de Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres. A organização é da Apex, agência vinculada ao ministério, com apoio do Itamaraty, Câmara Árabe e Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nesta terça-feira, os empresários assistiram a apresentações de representantes dos órgãos, incluindo o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, e das empresas que vão promover as rodadas de negócios, Adnan Zaheer, da saudita Marcom, e Bassel Amaneddine, da IFP dos Emirados, além de Andréa Narimatsu, gerente de vendas da EmiratesSkycargo, divisão de cargas da Emirates Airline, de Dubai.
Fonte: ANBA