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11/01/2013
Exportações de carne bovina crescem 7% em 2012
 
Resultado foi prejudicado pela suspensão das compras pelo Irã, avalia a Abiec.

As exportações de carne bovina brasileira cresceram 7,33% em receita e encerraram 2012 com faturamento de US$ 5,770 bilhões ante US$ 5, 375 bilhões obtidos em 2011. Em volume, os embarques atingiram 1,244 milhão de toneladas, alta de 13,4% ante o resultado do ano passado, de 1,097 milhão de toneladas.

A projeção da Associação Brasileira de Exportadores de Carne (Abiec) era atingir os US$ 6 bilhões neste ano. "Só não chegamos a este resultado porque o Irã ficou fora das compras de janeiro a maio e esse país tem um peso importante nas exportações brasileiras", salienta o presidente da entidade, Antônio Camardelli.

Por conta da suspensão nas compras no primeiro semestre, o Irã respondeu por apenas 6% do faturamento dos embarques brasileiros em 2012 e registrou recuo de 55,18% na receita nas compras do produto brasileiro de janeiro a novembro, na comparação com o ano anterior. Em volume, a retração foi de 50,36%.

O Chile foi destaque entre os destinos da produção nacional ao dobrar o faturamento e a receita dos embarques. De janeiro a novembro, o incremento na receita foi de 100,98% para US$ 360 ,7 milhões. No mesmo período, o volume embarcado cresceu 102,62% e atingiu 62,55 milhões de toneladas. Segundo Camardelli, o Brasil foi beneficiado pelos casos de febre aftosa no Paraguai, que fizeram com que países redirecionassem suas compras para outros mercados.

No topo - A Rússia se manteve na liderança entre os compradores e respondeu por 19% da receita e 21% do volume exportado pelo Brasil no período. Em toneladas, o incremento foi de 10% e em receita, o resultado foi 4,4% superior ao do ano passado.

Para Camardelli, o embargo russo a frigoríficos do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso não prejudicou o setor em 2012. "A medida não teve impacto, pois a capilaridade dos frigoríficos permitiu que se mantivesse praticamente a mesma demanda", avalia o dirigente.

Na próxima semana, lideranças dos dois países se reúnem em Berlim, na Alemanha, durante a Semana Verde Internacional - feira internacional de indústria de alimentação, agricultura e hortigranjeiros -, para estabelecer um protocolo para a área de sanidade na produção de bovinos. Os dois países têm divergências em relação a métodos de análises de resíduos e outras exigências sanitárias, o que costuma gerar restrições ao produto brasileiro por parte dos russos.

"A expectativa é que estas questões sejam bem encaminhadas e que o Brasil demonstre, por exemplo, que domina a segregação de animais tratados com beta agonistas", disse, referindo-se à mais recente exigência imposta pelos russos para a aquisição do produto brasileiro.

O uso de beta agonistas no Brasil está temporariamente suspenso, uma vez que tanto russos quanto europeus têm reservas quanto à administração desses promotores de crescimento em bovinos. "O que a gente sabe é que, por enquanto, seu uso está proibido. E, por isso, não há necessidade de garantias no momento", enfatizou Camardelli.

Fonte: Apex-Brasil
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