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10/12/2012
Empresários do Mercosul irão atuar de forma integrada
 
Com a união, eles esperam tornar-se mais fortes na relação com outros blocos econômicos e aumentar comércio entre os próprios países.

Na abertura do I Fórum Empresarial do Mercosul, o ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, chamou a atenção para a baixa integração do bloco econômico. Nesta sexta-feira, 7 de dezembro, conforme destacou Pimentel, foi a primeira vez que o setor privado se reuniu para discussões, desde a criação do Mercosul, há 21 anos. Com a presença dos presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, da União Industrial Argentina (UIA), José Ignacio Mendiguren, do ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Fernando Loureiro, da ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, e do alto representante do Mercosul, economista Ivan Ramalho, ficou claro que o sucesso do Mercosul passa por um diálogo entre os governos, mas sobretudo por uma relação mais estreita dos entes privados.

O presidente da CNI afirmou que não adianta discutir problemas pontuais, mas é importante tratar de acordos entre as economias e de temas que as associações empresariais possam levar aos governos para integrar a região. Andrade sugeriu que a CNI se reúna com suas congêneres do Mercosul para trabalhar numa uma agenda positiva e se apresentar aos governos como entes parceiros que buscam ações públicas para o crescimento e o desenvolvimento econômico. “Temos muitas complementaridades, como a força de nossos mercados internos, que nos dará condições de competir no exterior em condições muito melhores”, diz Andrade.

COMÉRCIO INTERNO – A ministra argentina, Débora Giorgi, e o presidente da UIA, José Ignacio Mendiguren, defendem que o Mercosul tem de agregar valor às suas exportações e aumentar o comércio intrabloco, como ocorre na União Europeia. Segundo Mendiguren, 75% do comércio europeu é dentro da União Européia e os países asiáticos comercializam entre si 50% do que vendem. “No Mercosul, não chegamos a 25%”, reclama.

Mendiguren também ataca o crescimento das exportações apenas dos produtos primários. “A primarização é um dos riscos do cenário mundial. Precisamos perseguir o desenvolvimento e não só o crescimento econômico. O crescimento pode ocorrer com o aumento de preços, é espontâneo. O desenvolvimento depende da vontade política, é uma decisão”, diz o empresário.

Os argentinos pedem que a integração regional seja flexível, gradual e contemplando as características de cada país. “Contamos com o ativo importante: nossos presidentes de querer avançar na integração”, diz.

AGENDA ANUAL – O Brasil encerra sua presidência pro tempore no fim deste ano e passa o bastão para o Uruguai pelos próximos seis meses. Diante das novas responsabilidades, o ministro Fernando Lorenzo reafirmou que não há possibilidade de êxito nem integração se o setor privado não estiver em sintonia com as políticas públicas. Dessa forma, se comprometeu a sediar o II Fórum Empresarial do Mercosul, que deve ocorrer em Montevidéu, em 2013. “Esse processo de integração é para o desenvolvimento da sociedade. Precisamos discutir numa instância decisória. Sob a presidência do Uruguai, vamos nos encontrar novamente”, garantiu Lorenzo.

O alto representante do Mercosul, Ivan Ramalho, garante que o comércio entre os países continuará crescendo e que não existe nenhum problema que não possa ser resolvido numa mesa de negociações. Para aprofundar o processo de integração regional, Ramalho lembrou que há o Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), integrado por contribuições financeiras dos estados-membros no montante anual de US$ 100 milhões, e do seguro para as pequenas e médias empresas. “O Mercosul é o ponto alto da indústria brasileira”.

Fonte: CNI
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