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07/12/2012
Um frigorífico para o Oriente Médio
 
Indústria gaúcha Agrogen tem planta dedicada à produção de carne de frango para oito países árabes. Região responde por 75% do faturamento com exportação e perspectiva é de crescimento.

São Paulo – A Agrogen, indústria gaúcha de carnes de frango e material genético para a área, tem um frigorífico voltado para o atendimento ao Oriente Médio. A empresa fornece carnes para oito países na região, que respondem por cerca de 75% da receita com a exportação de frangos, segundo o analista de negócios internacionais da Agrogen, José Francisco Mombach Friedrich. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Kuwait, Catar, Bahrein, Jordânia e Iraque são os países árabes que recebem os produtos com a marca Nat Foods.

A Agrogen tem duas plantas de abate de frangos, uma em Itapejara do Oeste, no Paraná, e outra em Sete Lagoas, em Minas Gerais. A primeira praticamente trabalha apenas para o Oriente Médio. “Identificamos o que é importante culturalmente para eles, os padrões de cortes, somos altamente focados neles”, afirma Friedrich. No frigorífico é feito o abate halal, que segue as regras islâmicas e é exigência da maioria dos países da região. De acordo com o analista, os frangos embarcados para o Oriente Médio são principalmente os grillers, inteiros.

Friedrich acredita em crescimento nas vendas para a região. “Tenho certeza que essa relação vai crescer muito”, afirma. A empresa costuma promover três viagens comerciais para o Oriente Médio durante o ano para visita e aproximação com os clientes. Uma delas ocorre durante a Gulfood, feira do setor de alimentos que ocorre no começo do ano em Dubai, nos Emirados, na qual a Agrogen participa como expositora.

A Agrogen exporta carne de frango para cerca de 40 países. Mas as vendas internacionais começaram pela Arábia Saudita, há cerca de dois anos, logo que a empresa entrou no abate de frangos. “Começando exportando para países onde as exigências são as maiores do mundo, começamos com Arábia Saudita”, afirma, lembrando, que além do abate halal, o país pede, por exemplo, que o frango seja alimentado com ração 100% vegetal. Atualmente o mercado externo representa 65% das vendas de carne de frango da Agrogen.

A empresa entrou na área de abate de frango com alto know-how na área, já que é de propriedade dos antigos donos da Frangosul, que foi vendida nos anos 90 para a francesa Doux. A Agrogen pertencia à Frangosul, mas não foi incluída no negócio e continuou sendo tocada pelos mesmos proprietários, com o negócio de material genético para frango de corte. Logo ela fez uma parceria com a norte-americana Cobb, considerada uma das melhores empresas do mundo em genética para frangos, e produz, a partir de galinhas avós da Cobb, as matrizes que são fornecidas para os criadores, a partir das quais nascem os frangos para abate.

Para o trabalho com as matrizes, a Agrogen possui três unidades no Rio Grande do Sul, em São José do Sul, Triunfo, São Francisco de Paula, e outra no Paraná, em Guarapuava. Na matriz, em Montenegro, também fica, além da administração, um laboratório e um incubatório. De acordo com Friedrich, são produzidas 13,3 milhões de matrizes por ano. O negócio de matrizes em si, porém, é voltado apenas ao mercado interno em função da parceria com a Cobb.

A Agrogen trabalha com produção integrada, na qual entrega ao produtor o pintinho, que será criado por ele e voltará para a empresa na hora do abate. A marca de carne de frango da Agrogen, a Nat Foods, entrou no mercado em 2010. No início, a empresa não tinha frigorífico próprio, ocupava um turno de uma unidade por arrendamento, mas trabalhava ali com funcionários e controle de qualidade próprios. Em um ano e meio, no entanto, ela já estava com a unidade de Minas Gerais e logo depois com a do Paraná.

O atual presidente da empresa é Flávio Sérgio Wallauer, que também estava à frente da Frangosul antes da venda para a Doux. A empresa já ganhou vários prêmios pela qualidade, tecnologia ou atuação comercial, sendo um dos últimos o Valor 1000, do jornal Valor Econômico, como a gestão mais eficiente do país no setor agropecuário. A Agrogen tem mais de dois mil funcionários.

Fonte: ANBA
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