São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou crescimento de 0,6% no terceiro trimestre do ano em comparação com o trimestre anterior. O resultado está abaixo do que o mercado e o próprio governo esperavam. O maior crescimento foi no setor agropecuário, de 2,5%. A indústria cresceu 1,1% e o setor de serviços registrou 0% de crescimento. Na comparação com o terceiro trimestre de 2011, o crescimento registrado agora foi de 0,9%. Em valores, o PIB foi de R$ 1,09 trilhão.
O governo esperava um crescimento de 1,2% do PIB no terceiro trimestre pois acreditava que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros e materiais de construção poderia alavancar o crescimento da economia. Já o mercado esperava um aumento de pelo menos 1% do PIB.
Na comparação com os países que formam o grupo BRICS, que são, além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o crescimento brasileiro foi o mais tímido de todos. No terceiro trimestre deste ano, o crescimento da Rússia foi de 2,9%, o da Índia chegou a 5,3%, o da China atingiu 7,4% e o da África do Sul ficou em 2,3%. O crescimento do Brasil, porém, é maior do que o da França e da Alemanha, que cresceram 0,2% no terceiro trimestre. Mas também foi menor do que os 0,7% dos Estados Unidos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou para baixo o crescimento do PIB do segundo trimestre deste ano: de 0,4% para 0,2%. No acumulado do ano, o PIB brasileiro soma crescimento de 0,7%.
Segundo os dados do IBGE, embora a indústria tenha crescido apenas 1,1% em relação ao trimestre anterior, foi a maior expansão desde o segundo trimestre de 2010. A indústria de transformação foi a que mais cresceu: 1,5%, seguida pela construção civil, que teve alta de 0,3%. O setor de serviços ficou com crescimento nulo porque, embora serviços de informação e comércio tenham registrado crescimento, o setor de serviços financeiros recuou 1,3% em comparação com o trimestre anterior.
A gerente de coordenação de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, disse que o desempenho do setor de serviços financeiros foi menor no terceiro trimestre porque a inadimplência no período foi recorde, houve queda de juros e no spread bancário, que é a diferença do que os bancos pagam para captar dinheiro e do que cobram para emprestar. "Foi a menor taxa desde a crise de 2008, que naquele quarto trimestre registrou queda de 2,9%", afirmou.
Palis também lembrou que, embora a agropecuária tenha crescido 2,5% no terceiro trimestre em comparação com o segundo trimestre e registrado o melhor desempenho nos três setores de atividade da economia, corresponde a apenas 6% do PIB brasileiro. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o crescimento da agropecuária foi de 3,6%.