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01/11/2012
Câmbio favorece exportação de máquinas
 
O crescimento das vendas externas, de 5,6% em setembro, ajudou o setor a reduzir o déficit da balança comercial. As importações também diminuíram o ritmo em função da fraca demanda no Brasil.

São Paulo – A valorização do dólar ajudou a indústria de máquinas a aumentar as exportações em setembro e nos nove primeiros meses do ano sobre os mesmos períodos do ano passado. As vendas externas cresceram 5,6% no último mês, para US$ 1,18 bilhão, e 9,4% no acumulado, para US$ 9,43 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O aumento favoreceu também a queda do déficit comercial do segmento.

De acordo com o diretor secretário da Abimaq, Carlos Pastoriza, o crescimento das exportações foi influenciado principalmente pelo câmbio, já que começou a ganhar impulso com a valorização do real, a partir de março deste ano. O dólar, na época, era cotado a cerca de R$ 1,7 e passou para o patamar atual de R$ 2. Pastoriza também acredita que empresas multinacionais do segmento, perdendo mercado no Brasil em função da fraca demanda interna, tenham tentado compensar isso enviando pedidos de fora para suas filiais no País.

O crescimento favoreceu a redução do déficit, saldo negativo de importações e exportações, que ficou em US$ 12,8 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, com queda de 4,1% sobre o mesmo período de 2011. O fato também é explicado, porém, pelo menor ritmo das importações em função da fraca demanda interna. “É reflexo da situação de baixo investimento no Brasil”, explica Pastoriza. A importação caiu 4,7% em setembro para US$ 2,2 bilhões, mas cresceu 1,2% no acumulado do ano para US$ 22,2 bilhões.

O setor também registrou uma queda significativa no faturamento em setembro, de 19,6% sobre o mesmo mês de 2011, com R$ 6,1 bilhões. Nos nove primeiros meses deste ano, a queda foi de 2,2% sobre igual período do ano passado. Pastoriza atribui a queda em função das importações de máquinas, que concorrem com a indústria local, e afirma que a situação deve melhorar no final deste ano e primeiro trimestre do ano que vem.

Ele afirma que ainda não houve tempo para o mercado sentir o impacto da renovação da linha de financiamento PSI-Finame para bens de capital e a redução dos juros de 5,5% para 2,5% ao ano, feita em agosto. Ela vale até o final do ano, mas a Abimaq deve pleitear nova renovação junto ao governo federal. De acordo com o diretor, o fato de a indústria não ter demitido significa que as fábricas receberam pedidos e o faturamento deve melhorar. Ele não espera, porém, números muito altos no último trimestre já que neste período muitas empresas costumam entrar em férias e, portanto, não querem entregas de equipamentos.

Pastoriza ressaltou as medidas tomadas pelo governo federal nos últimos meses que favoreceram a indústria de máquinas, como a redução dos juros do PSI-Finame, a isenção da cobrança de IPI, PIS e Cofins sobre bens de capital, além da inclusão do setor na desoneração da folha de pagamentos. Neste último caso, em vez da contribuição de 20% sobre o pagamento de salários, o setor pagará 1% a 2% do seu faturamento. Com isso, lembra o diretor, as importadoras também pagam o imposto. Ele também elogiou a queda na taxa de juros. “O efeito é tímido, mas estamos na direção certa”, afirma.

Fonte: ANBA
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