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30/10/2012
Tatiana Prazeres abre missão comercial na Turquia
 
Istambul (30 de outubro) – Empresários brasileiros começaram hoje as rodadas de negócio da missão comercial à Turquia, promovida pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Durante a missão, além de realizar rodadas de negócios com representantes turcos, os empresários brasileiros terão oportunidade de negociar com compradores de Rússia, Ucrânia, Hungria, Cazaquistão e Azerbaijão, entre hoje e amanhã.

Na abertura da missão, a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres, parabenizou os participantes pela disposição em buscar novos mercados para os seus produtos. “As ações de promoção comercial não devem perder o fôlego e são especialmente importantes em momentos de crise e devem ser intensificadas em países em que não há barreiras aos nossos produtos”, disse Tatiana.

“Nesse momento de crise, em que economias mais maduras estão encolhendo ou apresentando baixo crescimento, é importante buscar mercados que crescem acima da taxa mundial, com alto dinamismo, e que apresentam oportunidades concretas para novos entrantes”, acrescentou a secretária, enfatizando que “o esforço exportador deve ser constante para gerar resultados e a interrupção dele pode ser fatal para uma empresa que já tenha conseguido inserção no comércio exterior”, declarou.

O cônsul-geral do Brasil em Istambul, Luiz Henrique Pereira da Fonseca, também destacou as oportunidades comerciais para os brasileiros na Turquia. “A Turquia cresce a taxas pouco menores que as chinesas e há uma consciência crescente sobre o Brasil aqui, o que representa muitas oportunidades para os brasileiros que querem fazer negócios no país”, avaliou.

Participam da missão comercial empresários brasileiros dos setores de alimentos e bebidas; elétrico-eletrônico; máquinas e equipamentos; moda; produtos químicos e farmacêuticos; saúde; e tecnologia. A estimativa é que os negócios imediatos, com a missão à Turquia, alcancem US$ 20 milhões para as empresas participantes nos próximos 12 meses. Cada empresário brasileiro participará de pelo menos oito rodadas de negócios com compradores que, previamente, manifestaram interesse em adquirir os produtos por eles comercializados.

De 2007 a 2011, as exportações brasileiras para Turquia (20,46%), Cazaquistão (28,59%) e Hungria (13,11%) cresceram acima da média das vendas brasileiras para o mundo (12,36%). Para Ucrânia (11,65%), Azerbaijão (6,61%) e Rússia (3,03%) também houve aumento, o que demonstra potencial de crescimento para esses mercados.

Mercados

Turquia

Até setembro deste ano, o Brasil vendeu para a Turquia US$ 925 milhões e adquiriu deste mercado US$ 682 milhões, obtendo um saldo de US$ 243 milhões e uma corrente de comércio de US$ 1,607 bilhão. É interessante destacar que o intercâmbio comercial entre os dois países alcançou novo patamar a partir de 2008, quando a corrente de comércio superou, pela primeira vez, o valor de US$ 1 bilhão (US$ 1,153 bilhão). A Turquia é uma economia dinâmica que vem crescendo na média de 5,2% ao ano, nos últimos nove anos.

O país possui ainda uma localização estratégica para o deslocamento de bens e pessoas na Europa, Ásia e Oriente Médio.

Os principais produtos que o Brasil exportou para a Turquia nesse ano foram minério de ferro (US$ 337 milhões; com participação de 36,4% sobre o total vendido para o país), algodão em bruto (US$ 82 milhões; 9%), fumo (US$ 57 milhões; 6,2%), café em grão (US$ 52 milhões; 5,7%) e máquinas e aparelhos para terraplanagem e perfuração (US$ 47 milhões; 5,1%). Já os produtos mais adquiridos pelo mercado brasileiro de origem turca foram fio-máquinas e barras de ferro ou aço (US$ 155 milhões; com participação de 22,8%), fios de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais (US$ 77 milhões; 11,4%), partes e peças para veículos automóveis e tratores (US$ 72 milhões; 10,7%), gasolina (US$ 32 milhões; 4,7%) e cimentos hidráulicos (US$ 27 milhões; 4,1%).

Rússia

O mercado russo adquiriu do Brasil US$ 2,404 bilhões, de janeiro a setembro de 2012, e, no mesmo período, vendeu US$ 1,796 bilhão para o país. Desta forma, houve superávit, para o lado brasileiro, de US$ 608 milhões, e o intercâmbio comercial somou US$ 4,2 bilhões. Uma das tendências atuais dos consumidores russos é adquirir produtos mais baratos, especialmente alimentos processados.

Os destaques da pauta exportadora brasileira para a Rússia neste ano são carne bovina (US$ 868, representando 36,1% do total exportado), açúcar de cana em bruto (US$ 552 milhões; 23%), carne suína (US$ 281 milhões; 11,7%), fumo (US$ 169 milhões; 7%), e carne de frango (US$ 100 milhões; 4,2%). Os produtos que o Brasil mais importou da Rússia, no período, foram adubos ou fertilizantes (US$ 323 milhões; 18%), ureia (US$ 288 milhões; 16,1%), cloreto de potássio (US$ 237 milhões; 13,2%), nitrato de amônio (US$ 184 milhões; 10,3%) e hulhas (US$ 140 milhões; 7,8%).

Ucrânia

As exportações brasileiras para a Ucrânia, neste ano, alcançam US$ 486 milhões e as importações originárias deste mercado para o Brasil foram de US$ 226 milhões. O saldo das relações comerciais é positivo para o Brasil em US$ 260 milhões e a corrente de comércio totaliza US$ 713 milhões, de janeiro a setembro de 2012. A recente expansão da internet na Ucrânia propiciou a abertura de um novo mercado para bens de consumo no comércio online e investidas nesta alternativa estão sendo exitosas no país.

Os bens brasileiros mais vendidos para o mercado ucraniano, em 2012, são carne suína (US$ 258 milhões; correspondendo a 53% do total vendido ao país), aviões (US$ 70 milhões; 14,5%), fumo (US$ 39 milhões; 8,1%), café solúvel (US$ 37 milhões; 7,7%), e tripas e buchos (US$ 14 milhões; 3%). As mercadorias mais adquiridas da Ucrânia pelos compradores brasileiros são aviões (US$ 70 milhões; 14,5%), fumo (US$ 39 milhões; 8,1%), tripas de animais (US$ 14 milhões; 3%), minérios de manganês (US$ 10 milhões; 2,2%), e motores e turbinas para aviação (US$ 971 mil; 0,3%).

Hungria

Os exportadores brasileiros venderam US$ 116 milhões para o mercado húngaro, enquanto que o país europeu remeteu mercadorias no valor de US$ 240 milhões ao Brasil, o que resultou em um déficit de US$ 124 milhões e em um intercâmbio comercial de US$ 356 milhões nos primeiros nove meses de 2012. Com o envelhecimento da população húngara, remédios, equipamentos médicos e demais produtos relacionados à terceira idade estão sendo mais consumidos, tendência que desperta o interesse de investidores desses setores.

Os produtos brasileiros mais vendidos para a Hungria foram couros e peles depilados (US$ 62 milhões; representando 54,1% do exportado para o país), café solúvel (US$ 10 milhões; 9,5%), fumo (US$ 8 milhões; 7,2%), partes de motores para veículos automóveis (US$ 7 milhões; 6,2%), e ferramentas de uso manual ou para uso em máquinas (US$ 3 milhões; 3,1%). Os bens que o Brasil mais importou da Hungria foram partes e peças para veículos automóveis e tratores (US$ 38 milhões; 16%), compostos de funções nitrogenadas (US$ 25 milhões; 10,6%), máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 18 milhões; 7,8%), instrumentos e aparelhos de medida (US$ 12 milhões; 5,3%), e rolamentos e engrenagens (12 milhões; 5,2%).

Cazaquistão

O Brasil exportou US$ 80 milhões para o Cazaquistão e importou US$ 50 milhões do país este ano. O saldo, portanto, ficou positivo em US$ 30 milhões e a corrente de comércio totalizou US$ 130 milhões de janeiro a setembro de 2012. A expansão do islamismo no país aumenta a demanda por produtos de interesse deste público, particularmente por alimentos, preparados segundo as orientações religiosas, e roupas que seguem os costumes culturais.

As principais mercadorias vendidas para o mercado cazaque foram aviões (US$ 61 milhões; com 77,3% da pauta exportadora), carne de frango (US$ 6 milhões; 7,8%), tripas e buchos (US$ 2 milhões; 3,7%), fumo (US$ 2 milhões; 3%), carne bovina (US$ 2 milhões; 2,7%). Já os bens mais adquiridos do Cazaquistão foram enxofre (US$ 42 milhões; 85,2%), chumbos em formas brutas (US$ 4 milhões; 8,8%), ferro-ligas (US$ 409 mil; 0,8%), ligas de alumínio (US$ 149 mil; 0,3%), e tudo de borracha vulcanizada não endurecida (US$ 16 mil; 0,1%).

Azerbaijão

As vendas brasileiras para o Azerbaijão, nesses nove meses de 2012, totalizaram US$ 27,5 milhões e as compras de bens originários do país foram de US$ 129 mil no período. Desta maneira, o saldo brasileiro ficou em US$ 27,4 milhões e o intercâmbio comercial foi de US$ 27,7 milhões. O Azerbaijão vem experimentando nos últimos anos um aumento na renda de seus cidadãos com o ingresso de novos consumidores no mercado de bens, seguindo tendências ocidentais de compra.

Neste ano, os produtos brasileiros mais vendidos para este mercado são carne de frango (US$ 17 milhões; representando 61,9% do total comercializado), carne suína (US$ 4 milhões; 15%), carne bovina (US$ 2 milhões; 9,7%), miudezas de animais (US$ 1 milhão; 4,4%), e fumo (US$ 764 mil; 2,8%). Já os principais bens adquiridos pelo Brasil do Azerbaijão, em 2012, são produtos e preparações para a indústria química (US$ 126 mil; 98%) e motores, geradores e transformadores elétricos (US$ 2 mil; 1,6%).

Fonte: MDIC
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