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08/10/2012 | |
Regime automotivo beneficia mercado interno | |
Programa do governo federal criado para incentivar indústria automobilística a fazer carros mais eficientes só deverá aumentar exportações no longo prazo. São Paulo As fabricantes de automóveis instaladas no Brasil não deverão utilizar os benefícios previstos pelo programa Inovar Auto, anunciando na quinta-feira (4) pelo governo, para aumentar suas exportações no curto prazo. A principal meta deste regime automotivo é estimular as empresas a fabricar carros mais eficientes e seguros. Quem participar do programa terá redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Aumentar a exportação foi um dos objetivos do governo com este programa. Mas primeiro, a produção irá para o mercado interno e só no longo prazo deverá refletir nas exportações. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é um dos que compõem os custos de produção, que é onde o Brasil tem deficiência. Quando a empresa que está aqui decide exportar, ela concorre no mercado internacional com países que estão mais preparados, disse o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Além de ficar isentas do aumento de 30% do IPI anunciado em 2011 para empresas que não empregassem 65% de conteúdo nacional no carro, as companhias que participarem do programa obterão mais dois pontos porcentuais de abatimento se superarem metas de investimento em inovação, uso de componentes industriais e engenharia de produção. A meta é que as empresas que participarem do programa invistam 0,15% da receita bruta em inovação em 2013, percentual que aumentará gradualmente até 0,5% em 2017, quando termina o prazo deste novo regime automotivo. Outros dois pontos percentuais de desconto no IPI serão concedidos para carros que reduzirem o consumo de combustível em 18,8%. Carros movidos a álcool deverão diminuir o consumo de 9,71 km/l para 11,96 km/l. Já os veículos que utilizam gasolina deverão percorrer 17,26 km/l. Atualmente, percorrem 14 km/l, em média. A professora do Departamento de Administração da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Adriana Marotti, diz que será difícil as montadoras instaladas no Brasil exportarem grandes volumes dos veículos produzidos no novo padrão. "A curto prazo, esses carros ficarão no Brasil. O foco é melhorar o produto vendido aqui. Não creio que ajude a exportar porque o Brasil ainda é muito forte em produção dos veículos mais baratos, os chamados veículos de entrada. Neste segmento, a competição é grande." Ainda de acordo com Marotti, exportar carros a partir do Brasil não é uma estratégia das montadoras, exceto se os destinos forem mercados na América Latina. A Europa, hoje, consome produtos mais luxuosos do que os produzidos no Brasil e o mercado nacional compra praticamente toda a produção das fábricas que estão instaladas aqui. Além disso, o câmbio tem uma influência grande na exportação de veículos nacionais. Fonte: ANBA |