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01/10/2012
Um encontro com novos atores
 
O fórum empresarial da Aspa será oportunidade de aproximação com representantes de países árabes que têm novos governos, diz Salim Schahin, painelista no encontro nesta segunda-feira.

Lima – O Fórum Empresarial América do Sul–Países Árabes, encontro que ocorre paralelamente à reunião de cúpula das duas regiões, terá representantes das nações árabes que viveram mudanças de governo motivadas pela Primavera Árabe e será uma oportunidade para o encontro de empresários sul-americanos com estes novos players. A opinião é do presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que está em Lima, no Peru, para participar do fórum nesta segunda-feira (01). "Novos representantes destes países vão tomar conhecimento do que está acontecendo na América do Sul e principalmente no Brasil", disse Schahin.

O fórum acontece nesta segunda e terça-feira (02). Schahin participa acompanhado do diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, e do assessor Alberto Pfeifer. Ele também representa a União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, a pedido do presidente Adnan Kassar, e será um dos painelistas do debate "Além dos recursos naturais", que ocorre nesta segunda-feira, às 16 horas, e terá como palestrante o emir do Catar, Hamad Bin Khalifa Al-Thani.

Os debates terão temas como infraestrutura, segurança alimentar e o futuro da energia. Participarão como oradores o presidente do Líbano, Michel Sleiman, o ministro de Energia e Minas do Peru, Jorge Merino Tafur, além de outros ministros peruanos. Entre os painelistas estão o presidente da DP World, administradora portuária de Dubai, Ahmed Bin Sulayem, o presidente da Hassad Food Company, do Catar, Nasser Mohamed Al-Hajri, entre outros. Na agenda do fórum empresarial, além de palestras e debates, estão previstos encontros de negócios, no Swissôtel.

Schahin afirmou que a lista de representantes do mundo árabe na cúpula é representativa, principalmente se levada em conta a situação nova que vive a região. "Isso é importante. Hoje o Brasil e a América do Sul estão no radar do mundo árabe", disse. Ele lembra que há muitas nações árabes superavitárias e que o Brasil tem projetos com necessidade de capital. "É uma oportunidade enorme de apresentarmos os projetos, tanto na área de sustentabilidade alimentar, que é importante para os árabes, quanto no desenvolvimento da infraestrutura no Brasil, projetos nas áreas de mineração, petróleo", disse Schahin.

O presidente da Câmara Árabe lembra o salto que o comércio com a região deu nos últimos dez anos e afirma que a entidade está trabalhando para que haja mais apoio logístico para isto, ressaltando a importância dos voos diretos com o Brasil já criados pelas companhias aéreas Qatar Airways e Emirates Airline. "Teremos [ainda] a Etihad [Airways, de Abu Dhabi] em junho do ano que vem. Estamos trabalhando para que os demais países árabes tenham suas linhas diretas com o Brasil. Isso vai incentivar não só o turismo, mas que homens de negócios árabes possam vir visitar mais o Brasil e que brasileiros possam ir ver as oportunidades também no Oriente Médio", afirmou ele.

O mundo árabe, segundo Schahin, estava muito distante do Brasil há alguns anos, por causa da língua e da cultura, e mais voltado mais para a Europa e os Estados Unidos. "Mas ao longo dos últimos dez anos a relação com o Brasil foi se intensificando, e a Câmara teve um papel importante no convencimento do governo brasileiro de se aproximar mais do mundo árabe, e também conversando mais com o mundo árabe para aproximá-lo do Brasil”, disse, ressaltando também o trabalho de diretorias anteriores da entidade, além da atual.

Há dez anos, as exportações brasileiras para o mercado árabe eram de US$ 2,6 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Só até o oitavo mês deste ano, elas estão em US$ 9,3 bilhões. As vendas mais do que triplicaram de lá para cá. As importações passaram de US$ 2,3 bilhões para US$ 7,7 bilhões.

Fonte: ANBA
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