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28/09/2012
Venda aos árabes cresceu 15 vezes em 22 anos
 
Essa foi a variação das exportações de 1989 a 2011. Em Campinas, o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, mostrou também que as importações da região avançaram quatro vezes.

Campinas – A corrente comercial entre o Brasil e os 22 países árabes cresceu seis vezes desde 1989. A soma das exportações e das importações era de US$ 4,1 bilhões. Em 2011, o fluxo chegou a US$ 25,1 bilhões. Essa foi uma das informações apresentadas pelo diretor geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, nesta quinta-feira (27), no segundo dia do seminário “O Brasil árabe”, promovido pelo Sesc Campinas e pelo Instituto Jerusalém do Brasil.

As vendas brasileiras à região avançaram quase quinze vezes no período. Entre os principais produtos que o Brasil exporta estão carnes, açúcares e minério de ferro. Já as exportações dos árabes, que cresceram quatro vezes desde 1989, são pautadas pelas vendas de petróleo e derivados e fertilizantes.

Segundo Alaby, o aumento da corrente comercial está relacionado ao crescimento das economias e ao aumento da população. Ele destacou que o crescimento do comércio também se deve a instituições como a Câmara Árabe, que neste ano completa 60 anos.

“As missões, feiras, atendimentos a delegações e a realização de [outros] projetos são atividades na busca da aproximação de brasileiros e árabes”, disse, após a palestra “A importância da Câmara Árabe na evolução do comércio entre o Brasil e os países árabes”.

Futebol e gastronomia

Também foram realizadas palestras sobre a influência dos árabes no desenvolvimento da gastronomia brasileira e como o Brasil pode utilizar o esporte para ajudar a mediar conflitos.

Diretor do departamento de defesa dos direitos do torcedor do Ministério dos Esportes, o promotor Paulo de Castilho afirmou na palestra “O esporte como fator importante na construção da paz no Oriente Médio” que o Brasil pode utilizar sua maior arte, o futebol para ajudar os países que passam por conflitos a buscar o diálogo para a paz.

“O futebol já interrompeu guerras e conflitos como, por exemplo, quando a Seleção Brasileira jogou no Haiti em 2004. Por que não levar nossa experiência [no futebol], utilizar o nosso reconhecimento de ser um país pacífico para contribuir com a proliferação da paz em zonas de conflito? Podemos fazer um intercâmbio, visitar esses países e trazer jogadores deles para cá”, sugeriu. “Isso poderia ajudar até a aumentar as relações do Brasil com os países árabes.”

O dia foi também “saboroso”. Em sua palestra “A gastronomia árabe e a gastronomia brasileira”, o professor de história da gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, Ricardo Maranhão, revelou que a adoção, pelos cozinheiros brasileiros, de alguns temperos, condimentos, modos de preparo e até de alguns tipos de carne usados pelos árabes, ocorreu antes mesmo do maior fluxo migratório ao País, nos séculos 19 e 20, porque já havia influenciado a culinária portuguesa quando os árabes dominaram a Península Ibérica.

“Depois influenciaram a culinária local. Há até quem ache que o charuto é uma criação nacional”, afirmou, sobre o prato feito basicamente com carne moída e arroz envoltos em folhas de uva ou repolho.

O seminário “O Brasil árabe” continua até domingo (30). Até lá serão feitas apresentações de música e outras palestras. O cardápio do restaurante do Sesc Campinas terá, a cada dia, uma receita árabe. Os visitantes poderão também conferir uma exposição com objetos de decoração, roupas árabes e bandeiras dos países do Oriente Médio e do Norte da África.

Fonte: ANBA
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