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10/09/2012
Sauditas: segundo destino do calçado de Franca
 
O país árabe importou 139 mil pares do município no primeiro semestre deste ano. As vendas para lá cresceram 19% no período, enquanto as exportações gerais recuaram 18%.
São Paulo – A Arábia Saudita é o segundo maior destino das exportações de calçados de Franca, no interior de São Paulo, segundo informações do Sindicato da Indústria de Calçados local (Sindifranca). O país árabe figurou nesta posição no primeiro semestre, enquanto que nas vendas de calçados do Brasil como um todo, ficou no 15° lugar. O primeiro maior destino dos sapatos exportados pela cidade é os Estados Unidos, para onde as vendas recuaram 40% no período. Já os sauditas compraram 19% a mais.

“A crise obrigou as empresas a buscarem novos mercados”, disse o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão de Couto, em referência à crise econômica internacional deflagrada em 2008, que atingiu principalmente os europeus e norte-americanos. Ele afirma que os EUA têm se mantido na primeira posição do ranking de exportação de Franca, mas o segundo lugar tem variado entre mercados como Arábia Saudita e Argentina. “Cada país tem seu estilo de calçado (consumido), as empresas se adaptaram e estão sendo bem sucedidas na Arábia Saudita”, diz.

O presidente do Sindifranca explica que o município teve seu ápice nas exportações em 1993, quando chegou a embarcar 15,5 milhões de pares ao exterior. De lá para cá as vendas vêm caindo. No ano passado, as indústrias francanas exportaram três milhões de pares. Couto aponta fatores internos, como o “Custo Brasil” e a cotação do dólar, como motivos desta dificuldade, mas conta que ela se acirrou com a crise econômica mundial.

Em 2007, ano anterior à crise, as exportações de Franca já tinham caído, mas ainda estavam em 5,3 milhões de pares, indo para 4,4 milhões em 2008 e para 3,1 milhões em 2009. Em 2010 elas ficaram em 3,3 milhões de pares. Neste ano até junho, as indústrias locais venderam para fora 1,2 milhão de pares, com recuo de 18% sobre os mesmos meses de 2011.

As vendas para o mercado árabe, no entanto, cresceram 22% na mesma comparação. Além dos sauditas, compraram calçados de Franca os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait, o Líbano e Omã. No total foram vendido para estas cinco nações do Oriente Médio 206,8 mil pares. Nos mesmos meses do ano passado, as exportações para os árabes foram de 168,5 mil pares e tiveram também a Síria como destino. Já neste ano, a Síria não comprou calçados de Franca. As vendas para os sauditas somaram 138,9 mil pares neste ano até junho, 32% do que compraram os Estados Unidos, 430,9 mil pares.

Couto afirma que algumas medidas tomadas pelo governo federal, como o Plano Brasil Maior, e a atual cotação do dólar, mais favorável para a exportação, devem ajudar a vender mais lá fora. "Mas demora um pouco para as medidas terem efeito no comércio exterior”, diz Couto. O Plano Brasil Maior deu uma série de benefícios a onze setores do País, entre eles o calçadista, como desoneração da folha de pagamento e aumento de financiamento para exportação.

O presidente do Sindifranca afirma que as exportações de calçados do município devem fechar em queda neste ano, com um total de 2,6 milhões de pares, mas se o governo continuar tomando medidas de incentivo e a crise internacional arrefecer, elas podem voltar a crescer em 2013. Entre as ações esperados do governo pelo setor estão a diminuição dos custos de energia, as reformas trabalhista e tributária, além de um câmbio mais favorável.

O município de Franca tem atualmente 467 indústrias de calçados, além de 265 empresas prestadoras de serviço para o setor. Entre as indústrias, apenas seis são de grande porte, 54 são médias, 195 são pequenas e 212 são microempresas, segundo os últimos dados disponíveis. O polo produziu 37,2 milhões de pares de calçados no ano passado, sendo a maior parte sapatos masculinos de couro. Quase tudo, cerca de 34 milhões de pares, vai para o mercado interno.

Fonte: ANBA
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