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10/09/2012
Joalherias investem no Oriente Médio
 
Pelo menos duas empresas brasileiras vão participar de feira que será realizada no Bahrein em outubro. Para conquistar clientes, design é essencial. Apex tem programa de promoção do setor.

São Paulo – As exportações de joias, gemas e bijuterias brasileiras cresceram 30% em 2011, em comparação com 2010, e deverão crescer mais nos próximos anos. De acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), feiras e outros eventos internacionais têm servido para divulgar os produtos no exterior. É o caso da feira Jewellery Arabia, que será realizada de 16 a 20 de outubro, no Bahrein, e que terá participação de duas empresas de Minas Gerais.

A FR Hueb e a Goldesign vão levar peças novas para a mostra que tem como alvo principal o consumidor final. De acordo com a Apex, as vendas de joias do Brasil começaram a crescer nos últimos 10 anos, depois que a agência e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) desenvolveram o Programa Setorial de Gemas, Joias e Bijuterias. Em 2010, o País exportou o equivalente a US$ 2,3 bilhões. No ano passado foram US$ 3 bilhões.

Nessas vendas, o Oriente Médio tem papel fundamental. De acordo com o diretor de marcas da FR Hueb, Thiago Abdala, as vendas da empresa para a região representam 50% de suas exportações. “Experimentamos um crescimento significativo de 2010 em diante, depois que decidimos fazer mais feiras na região”, afirma. Segundo Abdala, a expansão só foi possível devido ao apoio da Apex.

Além de participar do programa setorial, diz Abdala, a empresa precisa conquistar o gosto dos clientes árabes, o que não é fácil: “O cliente árabe é um verdadeiro colecionador de joias. Para entrar no ‘porta-joias’ da mulher árabe, o design tem que ser inovador, porque do clássico elas já têm tudo ou quase tudo. As pedras brasileiras certamente agregam no diferencial, mas têm que ser complementares ao design”, diz Abdala, que vive em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde a FR Hueb abriu uma loja em junho.

Gestora deste projeto na Apex, Deborah Rossoni observa também que o design brasileiro e a combinação de pedras têm sido fundamentais para conquistar os clientes árabes. “O Brasil tem uma grande variedade de pedras coloridas, que são colocadas nas joias. São os diferenciais em relação às marcas clássicas e os árabes se interessam muito por peças assim.”

O design é o “cartão de visitas” que torna as joias brasileiras competitivas. “Não temos como competir com preço com a Índia ou a China. Então, quanto mais específico, com ‘conceito de Brasil’ e coloridas forem nossas joias, maior nossa oportunidade de negócios. Acredito que desta forma as exportações irão continuar a crescer”, afirma Rossoni.

Abdala concorda que em preço é difícil competir com chineses e indianos, mas com o apelo do design diferenciado a joia brasileira concorre em um nicho de mercado dominado pela Itália, com uma vantagem: “Certamente a joia mais desejada é a italiana, mas é cara e tem uma aura de exclusividade que gera uma desvantagem muito grande. A joia brasileira é muito criativa e mais ‘approachable’ (acessível). E a indústria brasileira é relativamente jovem. Ainda temos um potencial imenso e um longo caminho pela frente”, diz.

As principais formas de promoção das joias brasileiras no exterior são a participação em feiras e em “road shows”. Além da Jewellery Arabia, fabricantes de joias deverão participar um “road show” em Abu Dhabi, capital dos Emirados, previsto para ser realizado de 10 a 20 de outubro. Nestas ocasiões as joalherias promovem um coquetel e convidam clientes especiais para conhecer os lançamentos.

O projeto da Apex e do IBGM tem foco em alguns tipos de produtos e em países específicos. As joias são promovidas na Rússia, Peru, Catar, Emirados, Colômbia, Chile, Panamá, México, Estados Unidos e Espanha. As bijuterias e folhados são promovidos em Angola, Itália, França, Emirados, Colômbia, Chile, Panamá, México Estados Unidos e Espanha. Os principais focos das gemas são Alemanha, China/Hong Kong, Japão, Turquia, Áustria, Itália, França, Estados Unidos e Espanha.

Fonte: ANBA
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