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22/08/2012
Crise do milho favorece exportação do Minerva
 
Dificuldade que EUA enfrentam com abastecimento de grãos reduzirá produção de carne bovina do país e abrirá mais mercado para frigorífico Minerva e Brasil como um todo, especialmente no Oriente Médio.

Barretos – A crise de disponibilidade de grãos nos Estados Unidos deve favorecer as exportações de carne do frigorífico Minerva e do Brasil como um todo. Diferente da indústria brasileira, que utiliza pasto para alimentar 90% do seu gado, os Estados Unidos utilizam basicamente grãos, já que mantém os animais por mais tempo em confinamento, o que vai dificultar a produção norte-americana de carne bovina e abrir mais mercado para o Brasil, especialmente em regiões como Oriente Médio, Extremo Oriente e Leste Europeu.

“Os Estados Unidos deixam de ser um player como fornecedor e passam a ser um importador”, afirmou o diretor-presidente do Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, durante coletiva de imprensa, em Barretos, interior paulista, na qual a empresa apresentou a jornalistas a sua nova logomarca e posicionamento de marketing. O Minerva passará a utilizar o nome Minerva Foods em todos os seus produtos e vai trabalhar para reforçar a sua imagem no mercado.

Sem dar números, Queiroz afirmou que haverá mais espaço para a carne bovina brasileira também na África e América do Sul. Além da falta de capacidade de fornecimento dos norte-americanos, a Austrália deverá vender mais carne para os Estados Unidos e com isso deixar outros mercados descobertos. O Minerva já teve um bom desempenho nas exportações no segundo trimestre deste ano, com 277 mil toneladas enviadas ao exterior, avanço de 8,6% sobre o mesmo período do ano passado.

Os países árabes são um importante mercado para o Minerva. De abril a junho deste ano, o Egito representou 10,5% das exportações e a Arábia Saudita 5,1%. Além dos egípcios, apenas os russos compraram mais, com 31,5% do total. O Minerva tem nove escritórios pelo mundo, três deles em países árabes, no Líbano, Argélia e Arábia Saudita. A empresa faz o abate halal, seguindo preceitos islâmicos, o que é exigência de alguns países árabes. As exportações vão para mais de 100 países.

As perspectivas são boas para o Minerva tanto no mercado interno quanto externo nos próximos meses. A crise de grãos que enfrenta Estados Unidos, com dois anos seguidos de seca, também deve impulsionar aumento de preços de carnes suínas e de frango no Brasil, já que o milho está mais escasso e mais caro. Isso tornará a carne bovina mais atrativa no mercado brasileiro e também ocasionará um aumento de preço – menor que o das demais carnes, porém.

No exterior, o Brasil vende, atualmente, a sua carne com preços 20% menores que os concorrentes internacionais. O setor vive, atualmente, em um período de baixa, no qual os pecuaristas, desmotivados com os preços, passam a vender para abate quantidade grande de animais e, inclusive, suas matrizes. “Isso é um movimento natural”, diz o gerente de pesquisa de mercado do Minerva, Fabiano Tito Rosa. Esse aumento de oferta favorece a competitividade da indústria de carne, que ainda será beneficiada pelo aumento do preço para o consumidor. “A perspectiva de preços é boa para o último trimestre”, disse Rosa.

Marca

A logomarca Minerva Foods passará a estar presente em toda a carne vendida pela empresa e poderá ser vista agora nos cortes ofertados ao consumidor nos supermercados, de acordo com o gerente de Marketing, Fabio Teixeira. A indústria, no entanto, não fará ainda campanhas junto ao consumidor e vai focar sua estratégia no reforço da imagem junto ao “trade”, ao comércio, já que atende principalmente pequeno e médio varejo.

Serão feitos eventos com os comerciantes e a ideia é que eles sejam a ponte com o consumidor. “Vamos dar apoio ao trade para que ele fale de nós”, diz Teixeira. A empresa vai se apresentar como a empresa de alimentos mais eficiente do mercado mundial. Ela reforçará, junto ao comerciante, sua capacidade de gerenciar riscos e sua flexibilidade operacional, sua solidez e perenidade de mercado pelo zelo na gestão e capacidade de antecipar movimentos, e sua estrutura de distribuição.

O Minerva continuará usando suas outras duas marcas, Friasa e Pul, mas dará a elas o estilo visual da logomarca Minerva Foods e fará o seu cliente entender que todas elas estão sob o mesmo guarda-chuva. Friasa e Pul são usadas, respectivamente, no Paraguai e no Uruguai. No exterior, os cortes seguirão sendo vendidos da mesma maneira, comercializados em tamanho maior para processamento do cliente, mas, segundo Teixeira, a empresa também trabalhará com o trade para que ele saiba que todas as marcas são parte da Minerva Foods.

Fonte: ANBA
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