São Paulo – Minas Gerais deu o pontapé inicial em um projeto que vai buscar valorização para os seus produtos do agronegócio nos mercados nacional e internacional. A iniciativa, chamada “Origem Minas”, quer mostrar a diversidade e a qualidade de itens tradicionalmente produzidos ou fabricados no estado, como café, frutas, mel, cachaça, flores e queijo. O projeto está previsto para ocorrer até 2014, ano em que o Brasil estará bastante exposto em função da Copa do Mundo que acontece no País, e pode ser estendido até 2016, ano de Olimpíadas por aqui.
"A intenção é mostrar que temos qualidade e diversidade", afirma Pierre Vilela, coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que leva a iniciativa adiante com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG). Inicialmente, os seis produtos citados acima foram selecionados para o projeto, mas outros setores também podem participar, diz Vilela. O fato de já haver um trabalho de qualificação nestas áreas foi determinante para a escolha.
O projeto vai se basear em três pilares. O primeiro é a capacitação dos produtores, com a adequação dos itens ao mercado. O segundo é a promoção dos artigos em feiras e rodadas de negócios, e o terceiro é o investimento em comunicação, com o convite a editores de revistas especializadas ao País para conhecer plantações e fábricas. Para atingir os objetivos no exterior, além de trazer jornalistas ao Brasil, o projeto vai participar de feiras e promover encontros de negócios com importadores no País e levá-los até os locais de produção.
As ações ainda não têm datas ou locais, o que está sendo definido pela equipe que leva o “Origem Minas” adiante. Para este ano de 2012, no entanto, além do lançamento, apenas haverá uma pesquisa. A participação em uma rodada de negócios fora do Brasil está sendo negociada com o governo do estado. O projeto contará com recursos de R$ 5 milhões, que virão das duas entidades, e também vai buscar aportes adicionais. Muitas ações da iniciativa, aliás, dependem da obtenção de novos parceiros.
O projeto, diferente do que se possa imaginar, não vai dar um selo para as empresas ou produtores participantes e nem será restrito a um número determinado deles. A cada ação que será feita, as condições de participação serão divulgadas e os empreendedores poderão se candidatar. Caso não estejam aptos, serão convidados a passar por uma capacitação. Na Copa de 2014, a ideia é aproveitar o mote, já que Minas sediará jogos, para fazer a promoção dos produtos. A propaganda em áreas perto do estádio é restrita pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), mas o projeto tentará espaço por meio do governo do estado.
Vilela fala que o esforço dos empreendedores e produtores pesa na qualidade que têm os produtos do agronegócio mineiro, mas também há as características geográficas do estado que propiciam a diversificação. Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, responde por metade da produção nacional e por 25% da mundial. Neste ano devem ser colhidos 1,5 milhão de toneladas. O estado também é o maior produtor de leite do País, com oito bilhões de litros ao ano, e o quarto maior em frutas, com 2,5 milhões de toneladas.
Fonte: ANBA