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30/07/2012
Tradings: 16% do comércio com árabes
 
Estas empresas respondem por 16% dos exportações brasileiras para o mercado árabe, acima da média das vendas com as demais regiões. Elas têm forma apropriada para negociar com eles, diz Apex.

São Paulo – As trading companies respondem por 16% das exportações do Brasil para o mercado árabe. De acordo com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), elas faturaram, no primeiro semestre deste ano, US$ 1,04 bilhão com vendas aos países árabes. A exportação total do Brasil para o Oriente Médio e Norte da África no período foi de US$ 6,5 bilhões. O peso das tradings no comércio com a região está acima da representatividade que este tipo de empresa tem nas exportações brasileiras como um todo: 10,1% de US$ 117,2 bilhões, nos seis primeiros meses de 2012.

As tradings têm um desempenho melhor com o mundo árabe por causa da forma de fazer negócios com os árabes, que demanda mais trabalho, mais tempo de relacionamento. Muitas indústrias não conseguem desenvolver negócios a médio e longo prazo, mas as tradings vivem disso, têm tempo, investimento para isso”, diz o coordenador da Unidade de Projetos Especiais da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Mauricio Manfrê.

A Apex mantém um projeto chamado Brasil Trade que tem por objetivo fomentar as exportações, principalmente de pequenas e médias empresas, por meio das tradings e comerciais exportadoras. Participam da iniciativa 726 empresas, das quais mais de cem exportam para o mundo árabe. No ano passado, dos US$ 3 bilhões exportados por este grupo, 26% foi para o mercado árabe, afirma o coordenador Manfrê. Em 2010 havia sido 21% e no ano anterior, 20%.

O Brasil Trade qualifica as pequenas e médias empresas brasileiras para exportação, por meio do Projeto de Extensão Industrial (Peiex), e depois as coloca em contato com as tradings. Daí surgem parcerias para exportação indireta – a trading compra o produto e o revende lá fora – ou direta, com a trading trabalhando como representante da companhia. Depois disso, as trading companies participam de ações, no Brasil e exterior, para fomento das vendas. A cada ano ocorrem quatro missões ou rodadas de negócios com importadores.

Manfrê afirma que para o mundo árabe, via tradings e comerciais exportadoras do projeto, são vendidos produtos como sucos de frutas, carne de frango e bovina (halal), bebidas processadas, vinhos para hotéis e restaurantes, máquinas e equipamentos e materiais de construção. Também vão alguns grãos, mas 20% são produtos industrializados.

O projeto da Apex-Brasil é formado principalmente por médias e pequenas tradings. Já os números do Mdic incluem não apenas as participantes dos projetos, mas também todo tipo de trading, incluindo as gigantes do País. Tanto que os principais produtos exportados por elas, para os mercados em geral, são minério de ferro e soja. Juntas, as trading companies brasileiras exportaram US$ 11,9 bilhões no primeiro semestre.

As exportações de trading brasileiras para o mundo árabe ficaram praticamente estáveis de janeiro a junho deste ano sobre o mesmo período do ano passado, com recuo de apenas 0,3%. Os países árabes que importaram via estas empresas, neste ano, foram, por ordem de importância, Arábia Saudita, Omã, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Líbia, Kuwait, Argélia, Iraque, Tunísia, Marrocos, Catar, Jordânia, Líbano, Mauritânia, Bahrein, Djibuti, Sudão, Síria e Ilhas Comores.

Fonte: ANBA
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