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20/07/2012
Brasil dá mais apoio ao livro no exterior
 
A Fundação Biblioteca Nacional criou o Centro Internacional do Livro. A área deve lançar novos editais, com bolsas para promoção das obras lá fora e residência de tradutores estrangeiros no Brasil.

São Paulo – A literatura brasileira vai ganhar novo impulso no exterior com a criação do Centro Internacional do Livro na Fundação Biblioteca Nacional (FBN). A estrutura começou a funcionar oficialmente em junho, a partir da publicação do novo estatuto da FBN, e nos próximos meses devem ser publicados novos editais com ações de fomento à publicação de obras brasileiras lá fora. Um deles dará bolsas para tradutores estrangeiros interessados em residir um período no Brasil e outro ajudará na promoção de livros nacionais fora do País.

"O Brasil se tornou uma economia vibrante e isso se reflete no interesse pela cultura e a literatura brasileira", afirma a coordenadora geral substituta do Centro Internacional do Livro, Ana Cristina Sá. Além disso, a FBN vem reforçando o seu trabalho de divulgação de concessão de bolsas para tradução de livros nacionais no exterior. "A tradução já existia, mas de dois anos para cá passou a ter uma importância maior dentro do programa Livro, Leitura e Literatura", conta Sá. Um orçamento maior ajudou a encorpar a área.

Atualmente há um edital aberto de seleção de obras para tradução. Editoras estrangeiras podem se candidatar para traduzir os livros brasileiros e publicá-los em outros idiomas e países. Apenas neste ano, conta Sá, foram aprovadas mais de 80 bolsas. O edital foi aberto no ano passado e assim ficará até o final de 2013. A concessão de bolsas, neste período, é permanente e vai acontecendo na medida em que chegam as inscrições. No total devem ser dadas 250 bolsas. O edital prevê gastos de R$ 2,7 milhões com a iniciativa.

Além desta, os autores nacionais vão ganhar novas formas de crescer junto aos leitores estrangeiros. Um programa de bolsas para tradução será aberto em breve para abarcar também obras de ciências, técnicas e profissionais. Em agosto será publicado edital para ajudar as editoras estrangeiras a promoverem os autores brasileiros lá fora. Cada bolsa será de até US$ 3 mil e permitirá que o autor viaje ao exterior para promoção da obra com sessões de autógrafos, entrevistas, palestras, entre outras ações.

Também em agosto sai o edital para o programa de residência de tradutores estrangeiros no Brasil. Eles poderão se candidatar a uma bolsa de R$ 15 mil para permanência no Brasil por cinco semanas. A ideia é que eles tenham uma imersão na cultura brasileira, o que será feito de forma vinculada a centros associados ao programa, como Universidade Federal Fluminense, Casa Guilherme de Almeida, da Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo, e Universidade Federal de Santa Catarina. De acordo com Sá, não será necessário que o tradutor esteja vinculado, naquele momento, a um projeto de tradução de obra brasileira.

A coordenadora lembra que já existia na Fundação Biblioteca Nacional esforços para a internacionalização do livro brasileiro. “Mas a criação do Centro Internacional do Livro conseguiu institucionalizar o trabalho que vinha sendo feito nos últimos dois, três anos, na gestão do Galeno Amorim, colocou a área no estatuto da Biblioteca”, diz Sá. O centro funcionará como uma coordenação vinculada à presidência, com as vantagens de uma equipe especializada, um orçamento específico e todo o trabalho de planejamento.

Além das iniciativas citadas, o novo centro dará bolsas para publicação de livros brasileiros em países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que inclui Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Portugal. No mundo árabe, conta a coordenadora do Centro Internacional do Livro, não há muita procura por bolsas para tradução de obras brasileiras. Sá reforça, no entanto, que no mundo todo, de uma maneira geral, o interesse pela literatura brasileira vem aumentando.

Fonte: ANBA
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