Rio de Janeiro – Enquanto alguns países investem em fontes alternativas para suprir suas necessidades e substituir o petróleo, o gás e o carvão, a Tunísia se prepara para construir um parque solar apenas para exportar energia. Segundo o ministro tunisiano do Desenvolvimento Regional e do Planejamento, Jamal Eddine Gharbi, que está no Brasil para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o país produz parte do que consome a partir de fontes renováveis, como a hidrelétrica e a biomassa, mas quer ganhar divisas com o desenvolvimento sustentável.
O projeto ainda está no começo. A construção do parque solar, em uma área de 40 mil hectares no sul do país, deverá demorar três anos para sair do papel e será financiada por meio de uma parceria público privada.
“A nossa estratégia no médio e no longo prazos é elaborar projetos de produção de energia alternativa. Nesta unidade, que construiremos no sul do país, vamos gerar energia e exportar para a Europa por meio de cabos subterrâneos no Mar Mediterrâneo”, disse Gharbi à ANBA nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro.
O projeto, chamado de TuNur, irá gerar 2.000 megawatts de energia e deverá “entrar” pela Europa a partir da Itália e, de lá, ser distribuído pelo continente. Gharbi afirmou que este não é o único projeto tunisiano elaborado com conceitos de sustentabilidade.
“Atualmente temos outros 40 projetos de energia solar e estamos procurando as melhores regiões do país para construirmos parques de captação de energia eólica”, afirmou.
Cooperação
Também nesta quinta-feira, Gharbi se reuniu com o ministro brasileiro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e com o diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão do Itamaraty, para discutir parcerias entre os dois países. A Tunísia quer atrair investimentos brasileiros.
“Podemos ser uma porta de entrada para todo o continente africanos e para a Europa. Queremos ter a parceria do Brasil no desenvolvimento de indústrias, da agricultura e do setor de serviços. Há oportunidades na produção de produtos orgânicos, no manejo de novas áreas irrigadas e na cooperação técnica na agricultura”, afirmou.
Segundo Gharbi, a comissão mista bilateral Brasil-Tunísia vai se reunir em setembro e avaliar quais são as melhores oportunidades de cooperação atualmente.
Fonte: ANBA