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15/06/2012
Usinas na medida da África
 
Biotechnos fabrica usinas para produção de biodiesel e negocia exportação ao continente africano. Combustível pode ser feito com óleo residual de cozinha.
 
São Paulo – A Biotechnos Projetos Autossustentáveis, empresa gaúcha fabricante de usinas para biodiesel e etanol, está se preparando para exportar. A empresa tem um representante na África do Sul e deve seguir em breve as negociações com compradores do país. O representante atende o continente e o objetivo da companhia é vender também para as demais nações africanas.

“A África está em pleno desenvolvimento, o potencial é muito grande”, afirma a presidente do Conselho de Administração da empresa, Marcia Werle, citando países como Angola e Moçambique e acrescentando que na região há muitos problemas com energia. “O biodiesel pode ser uma solução de energia”, diz Werle. Levar equipamentos para África do Sul e instalar uma usina demonstração lá ajudaria nas vendas, diz a executiva.

A Biotechnos, que é da cidade de Santa Rosa, foi criada em 2007 e se apresentou no mercado no segundo semestre de 2008. A ideia do negócio partiu de Werle, graduada em Administração e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e foi encampada por seu irmão Jacir José Werle, que é sócio junto com a empresa Jumcam, do Rio de Janeiro. A indústria produz os equipamentos – parte disso é terceirizada -, faz a montagem das usinas, dá treinamento e assistência na área.

As usinas da Biotechnos são voltadas para a produção de etanol e biodiesel. No caso do biodiesel, a capacidade pode ser para 500 litros, mil litros, cinco mil litros ou 10 mil litros diários. A produção pode ser feita a partir de óleos vegetais, mas a proposta principal da Biotechnos é que o biodiesel seja fabricado com óleo de cozinha reciclado. Além de vender as usinas, a empresa implementa projetos de arranjos produtivos locais (APLs) para organizar o recolhimento dos óleos que serão reaproveitados.

De acordo com Werle, até o momento foram comercializadas sete usinas de biodiesel, todas no Brasil. Cinco delas usam óleo residual para a fabricação e duas utilizam também óleo de girassol. Na área de etanol foram vendidas quatro usinas. A executiva explica que o óleo diesel produzido pode ser utilizado como combustível, tanto para o transporte urbano como para mover tratores e outros veículos da área rural.

A empresa vai ajudar na instalação de 40 arranjos produtivos locais para fornecer biodiesel a partir de óleo residual às cidades brasileiras que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 ou terão centros de treinamento. A ideia é que este combustível seja usado no transporte urbano dos municípios, mas também na locomoção das delegações.

A Biotechnos tem oito funcionários, o que a qualificaria como pequena, mas é considerada média pelo volume de faturamento. Ela participa da Expo Brasil Sustentável, mostra de produtos e serviços de desenvolvimento sustentável que ocorre paralelamente à Conferência Rio+20, de 16 a 21 de junho, no Rio de Janeiro, no Armazém 3 do Píer Mauá.

Fonte: ANBA
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