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13/06/2012
Brasil espera exportar mais milho
 
O País deve ter safra recorde e vender no exterior perto de 11 milhões de toneladas da commodity. Diante deste cenário, no entanto, os preços do produto começam a recuar.

São Paulo – Se a safrinha brasileira recorde de milho se confirmar, o País deve aumentar significativamente as suas exportações da commodity neste ano. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima vendas externas de 10,5 milhões de toneladas a 11 milhões em 2012, contra 9,5 milhões no ano passado. As perspectivas para os preços internacionais, no entanto, não são boas.

A Conab prevê uma segunda safra de milho de 32,8 milhões de toneladas, que somados aos 34,8 milhões de toneladas da primeira safra devem resultar em 67,7 milhões de toneladas no período 2011/2012. O aumento deverá ser de 18% sobre os 57,4 milhões da colheita passada e resultar em safra histórica.

O analista de mercado da Conab, Thomé Guth, afirma que o aumento da área plantada e o clima são os fatores principais do avanço. O clima prejudicou as lavouras na primeira safra no Rio Grande do Sul, mas não causou problemas no restante do País e deve favorecer bastante a colheita na safrinha. A semeadura da safrinha normalmente é feita logo após a colheita da safra de verão, que ocorre no primeiro trimestre, em período similar ao da soja.

Guth afirma que boa parte da segunda safra foi vendida antecipadamente e há forte tendência de exportação no segundo semestre. Outros analistas são ainda mais otimistas e preveem exportação recorde. Guth acredita que as vendas não serão prejudicadas pela concorrência com a Argentina e os Estados Unidos, como falam alguns especialistas de mercado, já que elas ocorrem na entressafra dos dois países. "Talvez pegue um pouco da safra dos Estados Unidos", afirma o analista da Conab.

Os norte-americanos também devem ter uma grande safra de milho e começam a colocar sua produção no mercado em outubro. O forte da exportação de milho do Brasil, lembra Guth, é de julho a setembro. Somado a isso, o milho brasileiro da segunda safrinha vem apresentando qualidade muito boa, segundo o analista, já que até agora não pegou chuva na colheita.

Ele lembra que o Brasil conquistou novos mercados como o Japão, que há três anos importava milho de outros países. Os países árabes também vêm comprando mais o produto brasileiro nos últimos anos. No ano passado foram US$ 679,5 milhões em faturamento de vendas para a região, contra US$ 556 milhões no ano anterior, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os preços do milho, porém, não devem se apresentar recompensadores ao produtor e devem ficar abaixo dos preços mínimos, segundo Guth. No Mato Grosso, por exemplo, a saca era comercializada a R$ 20 no começo do ano e agora já caiu para R$ 13,50. O analista afirma que na conjuntura de safra norte-americana excelente, Brasil com perspectiva de safra recorde e Europa em crise, a tendência é de queda nos preços. "Os preços tendem a baixar mais ainda", diz ele.

Fonte: ANBA
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