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06/06/2012
Paraná planeja feira árabe em 2013
 
Embaixadores, Câmara Árabe, governo do estado e Federação das Indústrias querem promover seminários e exposição de negócios e cooperação. Diplomatas visitaram vice-governador e prefeito da capital.

Curitiba - A realização de um seminário e de uma feira de negócios dos países árabes no Paraná foi um das principais ideias surgidas nos dois primeiros dias de visita do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil ao estado. A ideia é promover o evento em 2013, em Curitiba ou Foz do Iguaçu, e dividi-lo em duas partes: uma voltada para o comércio, investimentos e turismo, e outra para a cooperação técnica.

O embaixador da Argélia, Djamel Edinne Bennaoun, disse nesta terça-feira (05), em reunião do Conselho com o vice-governador paranaense, Flávio Arns (PSDB), em Curitiba, que “o mundo árabe e o Paraná têm muito potencial a ser aproveitado”. “Neste sentido, nós estabelecemos um grande projeto e queremos o apoio do governo para um seminário, em 2013, de negócios, cooperação econômica e troca de experiências”, declarou.

O CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, informou que será criada uma comissão para planejar e organizar o evento, com participação da entidade, do Conselho, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e do governo estadual. “Decidimos trabalhar com a Câmara Árabe para levantar os temas que são do interesse das partes”, afirmou o secretário de Turismo do estado, Faisal Saleh. O objetivo é expor produtos e apresentar oportunidades tanto do lado paranaense como do lado árabe.

A cooperação internacional, por sua vez, foi o principal assunto de uma reunião dos diplomatas com o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB). “O principal objetivo da nossa visita é estreitar as relações como o Paraná e com Curitiba em todas as áreas”, destacou o decano do conselho e embaixador da Jordânia, Ramez Goussous.

O embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben, sugeriu a assinatura de acordo de “cidade irmã” de Curitiba com Belém, na Cisjordânia, assim como a Prefeitura de Foz do Iguaçu firmou com Jericó. Assim, segundo ele, a capital paranaense poderá levar experiências bem sucedidas em administração urbana aos palestinos.

O prefeito citou o transporte público e uma série de programas sociais como passíveis de programas de cooperação. “Temos o maior interesse em fazer parcerias de cidades irmãs”, disse Ducci. “Temos feito isso com algumas cidades [estrangeiras], o que é importante para a troca de experienciais, e nossa comunidade árabe é muito forte, muito presente”, declarou.

O embaixador argelino sugeriu que cada embaixada pode indicar uma cidade para eventual assinatura de acordos. “Temos muito a fazer na área de cooperação, o Paraná tem muitas possibilidades de transferência de tecnologias e os países árabes precisam disso”, ressaltou o diplomata.

O embaixador do Catar, Jamal Al-Bader, quis saber sobre as oportunidades de investimentos estrangeiros em Curitiba. Ducci respondeu que a Prefeitura tem incentivado as áreas de energias limpas, turismo e saúde, inclusive com benefícios tributários. Ele informou, por exemplo, que na cidade circula o maior ônibus urbano do mundo, que é movido a óleo a base de soja, e que na Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, este mês no Rio de Janeiro, o município vai apresentar um ônibus hibrido, movido a eletricidade e a biodiesel, o primeiro do gênero na América Latina.

No encontro com o vice-governador, o embaixador do Kuwait, Yousef Abdulsamad, disse que os árabes têm interesse em investir no Brasil, mas querem também atrair investimentos brasileiros aos seus países. Ele ressaltou que o governo do Kuwait tem um plano de desenvolvimento nacional de “bilhões de dólares”, voltado principalmente para as áreas de infraestrutura e transportes. “Quero fazer um convite às empresas do Paraná para que elas participem deste plano”, declarou.

Na mesma linha, o embaixador do Iraque, Baker Hussen, afirmou que seu país tem muitas oportunidades de investimentos e que precisa da “colaboração” de governos e de empresas internacionais.

Arns, que é também secretário da Educação, ainda levantou a hipótese de incluir no currículo das escolas estaduais paranaenses algum tipo de debate sobre os países árabes, como forma de ampliar o nível de informação sobre a região no estado.

Os embaixadores ainda visitaram o presidente do Tribunal de Justiça do estado, Miguel Kfouri Neto, que é de origem árabe. Ele estava acompanhado de outros magistrados da Corte, em sua maioria descendentes de sírios e libaneses.

Fonte: ANBA
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