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28/05/2012
Dubai Exports avalia abertura de base no Brasil
 
A agência promove exportações do emirado e deve abrir novos escritórios do ano que vem em diante. Missão de empresários está em São Paulo para mostrar seus produtos e serviços.

São Paulo – A Dubai Exports, agência de promoção das exportações do emirado, pretende expandir seus escritórios ao redor do mundo e umas das regiões avaliadas é o Brasil. A informação é do CEO da entidade, Saed Mohamed Al Awadi, que chefia delegação de empresários do país árabes em visita a São Paulo. "O Brasil é o nosso primeiro degrau para a América do Sul", disse o executivo, em visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira nesta segunda-feira (28). O objetivo do órgão é fomentar o crescimento dos negócios entre os dois países.

De acordo com Awadi, o organismo mantém escritórios na Índia, Arábia Saudita, Egito e Europa e está olhando agora para outras regiões. "Estamos olhando três zonas: África, América do Sul e Ásia Central", afirmou o CEO. Segundo ele, a intenção é executar o plano de expansão dos escritórios do ano que vem em diante. "Queremos encorajar empresas brasileiras a irem a Dubai e empresas de Dubai a virem para cá. Queremos que companhias brasileiras usem Dubai como um ‘hub’ para os negócios com a região [do Oriente Médio]", afirmou Awadi para a ANBA.

A delegação está na capital paulista para avaliar todo tipo de possibilidade de negócios, mas a maioria das empresas que integra o grupo quer exportar para o mercado brasileiro. Na manhã desta segunda-feira, a missão foi recebida na Câmara Árabe pelo CEO, Michel Alaby. O grupo também conversou com o advogado Davi Roberto Soares, do escritório Battell, Lasmar & Silva, que falou sobre o funcionamento dos impostos de importação no Brasil.

Os empresários de Dubai ficaram bastante interessados em saber como podem ter redução de taxas para os seus produtos. Atualmente não há privilégios de taxas no comércio do Brasil com os Emirados. O Conselho de Cooperação do Golfo, bloco do qual o país árabe faz parte, está negociando um acordo de comércio com o Mercosul, mas as conversas não têm ido para frente em função da falta de consenso na taxação para produtos petroquímicos. Tanto o Golfo tem produção forte na área como o Brasil tem indústria estabelecida do setor.

Soares falou sobre os ex-tarifários, que é uma lista de exceções de produtos, que podem ter taxas menores, em função de não haver similares nacionais. A gerente de Desenvolvimento de Negócios da empresa Diamond Line FZE, Rasha Shehada, ficou entusiasmada com a possibilidade, já que quer vender ao mercado brasileiro um produto diferente, uma embalagem que mantém os alimentos em temperatura alta. Segundo ela, os chineses exportam produto similar ao Brasil, mas a Diamond pode oferecer maior qualidade.

A companhia de Dubai exporta para 24 países e Shehada está no Brasil justamente para ver as possibilidades do mercado local. Segundo ela, é sua primeira visita o País, mas não a última. De acordo com Shehada, a empresa está muito interessada no mercado da América do Sul e no brasileiro em especial. Para ela, a taxa de câmbio continua favorável para as importações. De acordo com a empresária, para a fabricação do produto é utilizado, inclusive, aço do Brasil. Os planos são também participar de feiras no País. “Estamos confiantes que seremos competitivos aqui.”
O diretor regional de exportações da Naffco, Mohammad Nadeem Siddiqui, participa da missão com o objetivo de vender os produtos da empresa no Brasil. A companhia fabrica equipamentos e veículos especiais para logística em aeroportos, combate a incêndios, indústrias, entre outras áreas. Ela exporta para mais de cem países. De acordo com o chefe da missão, todas as empresas participantes da delegação estão no Brasil pela primeira vez.

Essa é a terceira visita que a Dubai Exports promove ao País e ela foi organizada juntamente com a Câmara Árabe. Awadi afirma que as relações entre o Brasil e Dubai, no entanto, avançaram muito desde a última missão. Atualmente existem, segundo ele, muito mais empresas brasileiras estabelecidas em Dubai, além da linha aérea Rio de Janeiro-Dubai, lançada pela Emirates, e as relações andaram bastante. “A velocidade de crescimento das relações está muito maior”, disse o CEO da Dubai Exports.

As exportações dos Emirados para o mercado brasileiro avançaram 170% entre 2010 e 2011 para US$ 478,7 milhões. De acordo com Awadi, os Emirados podem exportar para o Brasil produtos como equipamentos especiais, alumínios, produtos de metal, ouro e diamantes. “Nós somos um dos maiores exportadores de ouro do mundo”, declarou Awadi. Os maiores mercados do país árabe são as demais nações do GCC, a Índia, a Suíça e o Norte da África. “Mas queremos ir mais longe”, destacou o executivo. Segundo ele, o objetivo da missão e da Dubai Exports, no entanto, não é oferecer apenas produtos, mas também serviços, como na área de portos, financeira, em educação e saúde.

A delegação tem programação em São Paulo até esta terça-feira (29) e na quarta-feira (30) segue para o Peru, onde também terá agenda de prospecção de negócios. A missão é composta por oito pessoas, entre profissionais da Dubai Exports e empresários.

Fonte: ANBA
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