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30/04/2012
Acordos aproximam Brasil e Tunísia
 
CEO da entidade, Michel Alaby, assinou acordos de cooperação comercial com as câmaras de Sfax e Túnis. Exportações brasileiras para o país árabe precisarão ter certificado de origem.

São Paulo – O CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, assinou dois acordos de cooperação comercial na Tunísia, um na Câmara de Comércio e Indústria de Sfax e outro na Câmara de Comércio e Indústria de Túnis, durante reuniões ocorridas na quinta (26) e sexta-feira (27).

"Acertamos que vai ser uma exigência que a Câmara Árabe emita o certificado de origem (das exportações nacionais à Tunísia)", conta Alaby, sobre o encontro na capital tunisiana. Ele reuniu-se com a vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Túnis, Aouatef Elioumi Elghoul, e com o diretor da instituição, Nacheet Azzouz.

No encontro, também esteve presente a diretora da empresa de cosméticos Sarab, Faida Neffati, da Tunísia. A companhia fabrica produtos para limpeza de pele com essência de tâmaras e tem interesse em importar produtos de beleza brasileiros, principalmente filtros solares.

Em Sfax, Alaby reuniu-se com o vice-presidente da entidade, Ridha Ufourati, com o presidente da Comissão de Comércio, Adel Hamani, a diretora de Relações Internacionais, Nathalie Ben Ayed, e com o diretor Mourad Boulila. O acordo assinado lá começará a ser posto em prática a partir da realização de um evento naquela cidade.
"Como primeira atividade, vamos tentar promover uma feira de construção que eles realizam aqui para as empresas brasileiras participarem". O evento acontecerá em março de 2013. Alaby conta que a cidade de Sfax faz fronteira com a Líbia por 250 quilômetros, o que a torna um entreposto de materiais para o país vizinho. "Há um "boom" de importação na área de material de construção, artigos de decoração e móveis".

De acordo com Alaby, os tunisianos querem o apoio da Câmara Árabe para participar da feira de alimentos da Associação Paulista de Supermercados (Apas), também em 2013. "Eles querem vender azeite, tâmaras, vinho e azeitonas", diz.

Sfax é a segunda maior cidade da Tunísia. O CEO da Câmara Árabe conta que, além de produtos alimentícios, os empresários locais têm outros interesses comercias com o Brasil.

"Eles têm interesse em vender calçados e produtos químicos. Também querem fazer um acordo na área de fabricação de remédios genéricos e procuram uma empresa brasileira interessada em fazer parcerias", afirma. Há um mês, a cidade ganhou uma companhia aérea para voos locais. "Pode ser um bom mercado para aviões brasileiros", afirma.

Outros encontros também fizeram parte da agenda de Alaby na Tunísia. Na sede da União Tunisiana da Indústria e Comércio (Utica), ele reuniu-se com Ali Nakai, diretor-central de Relações Internacionais. "Eles têm a presidência do conselho empresarial [Brasil-Tunísia] do lado tunisiano. Após junho, o conselho, que está parado, deve ser reativado", diz.

No Ministério do Comércio, Alaby teve reunião com a diretora-geral de Cooperação Econômica e Comercial, Zaida Hachicha. "Ela vê com bons olhos que o certificado de origem seja emitido pela Câmara Árabe. Também conversamos sobre a comissão mista e a possibilidade de abrir negociações para um acordo Mercosul-Tunísia", conta.

"Falamos ainda sobre promover os produtos brasileiros aqui e ela sugeriu que fizéssemos um seminário para dar uma visão das exportações e das importações do Brasil para o setor empresarial", revela.

Ambiente estável

Para Alaby, as reuniões na Tunísia permitiram ter uma boa ideia de como o país está se reorganizando após a Primavera Árabe. "Do ponto de vista econômico, está estável. O que preocupa é o desemprego, que atinge 20% da população economicamente ativa. Espera-se que, passada a reforma constitucional e as eleições presidenciais, a situação volte ao normal", destaca.

"O turismo está voltando aos poucos. A moeda está se valorizando, mas ainda há uma certa letargia empresarial e uma falta de diretriz clara da política econômica do país, mas a Tunísia está voltando a ter a mesma importância que tinha antes da revolução", completa.
Fonte: ANBA
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