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23/02/2012
Importação de alimentos pode dobrar no Golfo
 
Projeção foi apresentada pela ministra do Comércio Exterior dos Emirados Árabes Unidos, Lubna Al Qasimi, em seminário na Gulfood, feira do ramo realizada em Dubai.

Dubai – A importação de alimentos nos países do Golfo pode mais do que dobrar ao longo desta década, segundo projeções apresentadas pela ministra do Comércio Exterior dos Emirados Árabes Unidos, Lubna Al Qasimi, em seminário realizado na Gulfood, feira do ramo que começou no domingo e termina nesta quarta-feira (22), em Dubai. Ela citou números da Economist Intelligence Unit que estimam crescimento das compras externas de US$ 25,8 bilhões em 2010 para US$ 53,1 bilhões em 2020, ou 106% a mais.
Segundo as previsões, o consumo de alimentos na região vai chegar a 51,1 milhões de toneladas em 2020, com um aumento anual médio de 4,6%, sendo que os importados representam 90% do mercado. As projeções, de acordo com a ministra, foram feitas com base na expectativa de crescimento da população do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que deve passar de 50 milhões no final da década, ante os atuais 40,6 milhões, nas perspectivas de crescimento das economias locais e da renda per capita. O GCC é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados, Kuwait e Omã.

Nos Emirados, segundo maior mercado da região, atrás apenas da Arábia Saudita, as importações podem crescer ainda mais, segundo Qasimi, de US$ 3 bilhões em 2011 para US$ 8,4 bilhões em 2020. O consumo de alimentos no país deve avançar 5,4% ao ano, em média.

“E há os 10 milhões de turistas e 50 milhões de passageiros em trânsito que nos visitam todos os anos e aumentam nossa demanda por alimentos”, disse a ministra, lembrando que os hotéis e restaurantes representam uma fatia importante dos negócios. O setor de restaurantes, segundo a ministra, pode crescer 30% nos próximos quatro anos para US$ 780 milhões.

Além do mercado local, ela destacou que o país é grande reexportador de produtos, ou seja, é utilizado como centro de distribuição para outros mercados da região e até de fora dela. Qasimi ressaltou, por exemplo, que os Emirados são os maiores reexportadores mundiais de arroz e movimentam quantidades significativas também de itens como chá e café. “[O país] é, então, um destino bastante favorável para negócios e investimentos na área de alimentos”, afirmou.

Dependentes da importação de alimentos pela falta de terras férteis, os países do Golfo têm grande preocupação com a segurança alimentar. A ministra destacou que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que serão necessários US$ 70 bilhões em investimentos adicionais por ano para garantir o abastecimento da população mundial até 2050. “Para uma região como a do Golfo há uma urgência ainda maior em assegurar fontes [de alimentos] que sejam seguras e sustentáveis”, declarou.

Movimento

O interesse das empresas do ramo no mercado da região fica evidente na Gulfood. Os salões do Dubai World Trade Centre ficaram absolutamente lotados de expositores e visitantes na edição deste ano. Segundo o diretor da feira, Mark Napier, há uma lista de espera de 900 interessados em expor, mas não há espaço disponível. “Gostaria de ter este espaço”, afirmou o executivo.

A mostra é a maior do ramo do Oriente Médio e hoje se auto intitula maior do mundo nas áreas de alimentos e hospitalidade. Entre os eventos do gênero na região, é um dos que mais reúne expositores brasileiros.

Fonte: ANBA
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