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27/01/2012
Indústria ferroviária vê futuro com otimismo
 
O faturamento do setor mais do que dobrou de 2007 a 2011. Com os projetos de aumento da malha de transporte de cargas e de passageiros, a expectativa é de mais negócios nos próximos anos.

São Paulo – A indústria ferroviária brasileira teve no ano passado um dos melhores desempenhos de sua história e está otimista com as perspectivas de crescimento do transporte sobre trilhos no País. Segundo o presidente da Abifer, associação de empresas do setor, Vicente Abate, a atividade faturou R$ 4,2 bilhões em 2011, um aumento de 35% sobre 2010, valor recorde.

Ele destacou que o avanço do segmento, cujas receitas mais do que dobraram desde 2007, é reflexo do aumento das exportações brasileiras de minérios e grãos. “Há necessidade de transportar esses produtos que são típicos de ferrovias”, afirmou o executivo.

E no que diz respeito aos grãos, há ainda uma enorme demanda reprimida por transporte ferroviário. Muitas das regiões produtoras não são conectadas com a malha e os produtos são transportados por caminhão em longas distâncias.

Essa situação cria perspectivas de expansão da rede e, consequentemente, de mais negócios para os fabricantes de locomotivas e vagões. De acordo com Abate, o Plano Nacional de Logística de Transportes prevê o aumento da malha de 30 mil quilômetros para 50 mil em 2025, sendo que até 2020 espera-se atingir a marca de 41 mil.

Isso sem falar nos projetos de transporte urbano, com a ampliação de linhas de metrô, trens de subúrbio, a introdução de sistemas de veículos leves sobre trilhos e monotrilhos. Além disso, há projetos de linhas de passageiros para o interior e o Trem de Alta Velocidade (TAV), programado para ligar Campinas e São Paulo ao Rio de Janeiro.

Em 2011, a indústria brasileira produziu 5.616 vagões, 72% a mais do que em 2010. Foi o melhor ano desde 2005, quando foram fabricadas 7,6 mil unidades. No caso das locomotivas, a produção foi de 113 máquinas, contra 68 no ano anterior. A fabricação de carros de passageiros somou 336 unidades, ante 400 em 2010.

Para este ano, as previsões são mais conservadoras: entre 3,5 mil e 4 mil vagões, 110 locomotivas e 340 carros de passageiros. De acordo com Abate, isso não aponta para uma redução da produção no longo prazo, pois o ciclo da indústria varia, um ano de grande atividade é geralmente seguido por outro de movimento menor. “É um bom nível [de produção] ainda”, destacou. Os números, segundo ele, estão dentro da média anual projetada para a década.

Exportações

O Brasil também exporta material rodante. Na área de locomotivas, 25 foram vendidas ao exterior em 2010, cinco em 2011 e dez deverão ser embarcadas este ano. Entre os clientes dos fabricantes brasileiros está a Jordânia, além de países da África e América Latina.

Além da GE, que há anos produz locomotivas no Brasil, máquinas da marca norte-americana EMD vão começar a ser fabricadas no País este ano, de acordo com o presidente da Abifer. “Isso mostra que o mercado [brasileiro] é promissor, não só para vendas locais, mas também para exportações”, ressaltou.

No passado, de acordo com Abate, o setor exportou mais, inclusive vagões de metrô para cidades como Nova York, Santiago e Buenos Aires. No entanto, transformações econômicas, especialmente a crise financeira internacional e a desvalorização do dólar, inibiram o comércio.
Fonte: ANBA
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