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26/01/2012
Brasil e Arábia Saudita caem em ranking de globalização
 
Estudo sobre globalização da Ernst & Young aponta que as economias emergentes vão ultrapassar as desenvolvidas até 2014, em paridade de poder de compra. Lista reúne 60 países.
São Paulo – As economias dos países emergentes podem superar as das nações desenvolvidas, em paridade de poder de compra, até 2014. Esta é uma das conclusões do estudo Ernst & Young Globalization Report, divulgado nesta segunda-feira (23) pela consultoria internacional. “Cerca de 70% do total do crescimento mundial nos próximos anos deve vir dos mercados emergentes, com mais da metade vindo da China e Índia”, aponta o levantamento.

O relatório traz também um ranking das 60 maiores economias do mundo, realizado com base no grau de globalização desses países. Foram considerados dados como o produto interno bruto (PIB) dessas nações e os resultados de uma pesquisa feita com altos executivos de diversas partes.

O Brasil ocupa o 47° lugar, tendo caído uma posição em relação ao estudo anterior. A Arábia Saudita está em 35° lugar, mas antes ocupava a 32ª posição. Egito e Argélia se mantiveram nas mesmas colocações em 2010 e 2011, na 45ª e na 59ª, respectivamente. Nos dois levantamentos, a tabela é liderada por Hong Kong.

O índice mede o desempenho das economias em 20 indicadores de cinco categorias: abertura ao comércio, movimento de capitais, intercâmbio de tecnologia e ideias, movimentação do mercado de trabalho e integração cultural. Os fatores foram pesados de acordo com a classificação de importância destes itens dada por 992 executivos seniores que atuam com comércio internacional.

O estudo mostra que mais da metade dos entrevistados pensa que os investimentos das multinacionais em mercados de rápido crescimento necessitam de horizontes de longo prazo, e quase a metade afirma que os custos para entrar nestes mercados são muito maiores do que eles esperavam.

“Diversos fatores contribuem para ‘espremer’ a habilidade que as multinacionais têm de extrair valor de mercados de rápido crescimento. O primeiro é a competição crescente. Multinacionais entrando na China, Índia ou Brasil precisam competir contra outras companhias globais, que veem os mercados de crescimento rápido como seu futuro. Elas enfrentam também uma competição muito dura das empresas locais”, ressalta o relatório.

Segundo o estudo, quase dois terços destes executivos consideram que é provável que haja uma nova crise financeira global causada pelas dívidas dos países na Zona do Euro. “Quase metade dos respondentes acredita que a China pode sofrer uma grande desaceleração econômica nos próximos cinco anos, e um terço espera um resultado similar de Brasil e Índia”, aponta o relatório.

No estudo, Simon Evenett, professor de Desenvolvimento de Comércio e Economia Internacional da Universidade de St. Gallen, na Suíça, alerta para a questão do protecionismo de alguns países.

“Medidas que foram tomadas para estimular a economia também têm consequências protecionistas não intencionais. A liberação de dólares na economia americana, por exemplo, proporcionou uma cobertura para a reação de vários países, tanto em termos de política financeira internacional, quanto em política comercial. Países como Brasil e China rapidamente viram a conexão entre o excesso de dólares no mercado e a valorização de suas próprias moedas”, destaca o especialista.
Fonte: ANBA
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