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26/01/2012
Sete empresas brasileiras expõem no Sudão
 
Feira Internacional de Cartum começa nesta quarta-feira com estande organizado pelo Itamaraty e Câmara Árabe. Empresários vão visitar companhias locais e participarão de reuniões de negócios.
São Paulo – Começa nesta quarta-feira (25), no Sudão, a 29ª edição da Feira Internacional de Cartum. Até o dia 1° de fevereiro, empresas brasileiras de alimentos, máquinas agrícolas, borrachas e até de construção de armazéns vão expor no evento multissetorial, que apresenta oportunidades de negócios no país africano. O estande do Brasil é organizado pelo Itamaraty e pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Os participantes terão também reuniões com empresários locais.

Baldan Implementos Agrícolas, KeplerWeber Industrial, Indústrias de Borrachas N.S.O., Brazilian Sudanese Agribusiness, Diplomata S/A, Irriger e BR Foods (BRF) são as empresas brasileiras expositoras. Dessas, três participam pela primeira vez, o que é positivo na avaliação do CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby. “Isto significa que estão apostando no mercado local, que oferece muitas oportunidades. Além da própria feira, haverá uma agenda paralela. Os empresários irão visitar as três maiores empresas do Sudão e ter reuniões no país, com o apoio da embaixada brasileira lá”, diz Alaby.

O embaixador do Sudão em Brasília, Abd Elghani Elnaim Awad Elkarim, afirma que a feira é uma oportunidade para as empresas que querem entrar em um mercado em pleno desenvolvimento. “O Brasil é um parceiro importante no Sudão por causa da excelente experiência brasileira, especialmente na área da agricultura e da segurança alimentar”, diz.

Ele afirma que uma empresa que pretende entrar em qualquer área do mercado sudanês precisa investir, acima de tudo, em qualidade. “O preço também precisa ser competitivo para todas as empresas. Também valorizamos os bons padrões que as companhias brasileiras se preocupam em obter.” O diplomata diz que os setores em que o país mais precisa de investimentos são agropecuária, máquinas, papel, madeira e calçados.

Elkarim acrescenta que o Sudão precisa de empresas que invistam lá. Isso ajudaria o país a se desenvolver. Ele afirma que as empresas de petróleo e de minério de ferro brasileiras poderiam obter sucesso se investissem nas áreas de extração.

Vice-presidente de Mercado Externo da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, Antonio Augusto De Toni afirma que a empresa ainda não está no mercado sudanês, mas quer entrar nele. Para isso, irá participar da feira, apresentar a linha de produtos e seus representantes no evento irão se reunir com potenciais parceiros e clientes. Ele observa, contudo, que algumas medidas protecionistas e a pequena indústria local impedem o acesso de um “produto de qualidade e baixo custo” que o Brasil poderia suprir. “Buscamos parceiros para distribuir os nossos produtos no Sudão e, assim outras oportunidades de investimentos que forem viáveis no país, gerando empregos e renda”, afirma.

Gerente de Exportação e Novos Mercados da KeplerWeber, empresa que desenvolve sistemas de armazenamento e movimentação de grãos, Antônio Carlos Campos afirma que a companhia irá buscar um parceiro comercial no Sudão. “Buscamos expandir nossas atividades no continente africano, objetivando a divulgação da companhia e a prospecção de parcerias comerciais, uma empresa que represente a Kepler no Sudão”, diz. Ele acredita que a separação entre Sudão e Sudão do Sul será melhor para fazer negócios, porque os dois países têm características diferentes e a empresa já tem representantes no vizinho do sul. “Podemos buscar uma alternativa mais regionalizada para o Sudão em termos de atuação comercial.”

As exportações brasileiras para o Sudão somaram US$ 97,2 milhões em 2011, 3,22% a menos do que em 2010, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O principal produto exportado foi o açúcar, com US$ 54 milhões, seguido de trigo, máquinas agrícolas, carne de frango e aparelhos para pulverização. Juntos esses produtos atingem 82,5% do que o Brasil enviou para o Sudão. Já as importações somaram US$ 63 mil. O Brasil comprou, principalmente, plantas (US$ 44 mil) e resinas (US$ 10 mil).
Fonte: ANBA
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