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25/01/2012
FMI reduz projeções de crescimento
 
Fundo reviu para baixo suas estimativas para este ano e o próximo. Economia mundial deve avançar 3,3% em 2012, e o Brasil, 3%. Crise na Zona do Euro é pior do que se esperava.
São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para baixo suas expectativas para o crescimento da economia mundial em 2012 e 2013. De acordo com atualização do relatório World Economic Outlook, divulgada nesta terça-feira (24), o Fundo prevê avanço de 3,3% este ano e de 3,9% no próximo, com reduções de 0,7% e 0,6%, respectivamente, em relação ao levantamento publicado em setembro de 2011.

Segundo o documento, a recuperação da economia mundial está ameaçada pela crise na Zona do Euro e por “fragilidades” em outros lugares. A redução das estimativas, segundo o FMI, ocorreu principalmente porque se espera que a Zona do Euro passe por uma leve recessão por causa do aumento das taxas de retorno dos títulos públicos, da desalavancagem dos bancos e de medidas de ajuste fiscal.

“A previsão de crescimento é medíocre e poderia ser pior”, disse o diretor do Departamento de Pesquisas do FMI, Olivier Blanchard, em entrevista postada no site da instituição. Ele citou a “consolidação fiscal” e a “desalavancagem dos bancos” como os dois principais entraves para o avanço econômico. O primeiro porque implica em mais impostos e menos gastos públicos, e o último porque significa menos crédito na praça.

As estimativas para os países desenvolvidos são piores do que as para as nações emergentes, mas as últimas também sofrerão com a crise. A previsão de crescimento médio para os Estados Unidos, Zona do Euro, Reino Unido, Canadá e Japão é de 1,2% em 2012 e de 1,9% em 2013. Para o bloco dos países em desenvolvimento a projeção é de avanço de 5,4% este ano e de 5,9% no próximo, abaixo dos 7,3% de 2010 e dos 6,2% de 2011.

“Os emergentes já estão sendo atingidos [pela crise], nós vemos pelo [fluxo de] comércio”, declarou Blanchard. A idéia é que a baixa atividade econômica nos países desenvolvidos inibe as exportações das nações em desenvolvimento e também o fluxo de capitais. “Não será catastrófica [a desaceleração nos emergentes], mas ocorrerá”, acrescentou o economista.

No caso do Brasil, o FMI espera um crescimento de 3% este ano e de 4% no próximo. As projeções foram reduzidas em 0,6% e 0,2%, respectivamente.

Árabes

Já na seara do Oriente Médio e Norte da África, há expectativa de aceleração em 2012 e 2013, principalmente por causa da recuperação da Líbia, cuja economia retrocedeu no ano passado por causa do conflito civil que derrubou o regime de Muammar Kadafi, e pela continuidade da “forte performance” dos países exportadores de petróleo.
O Fundo ressalta, porém, que os países árabes importadores de petróleo terão baixo crescimento por conta dos processos de transição política em algumas dessas nações e pelo cenário externo adverso.

Para o FMI, o preço médio do petróleo ficará em US$ 99 por barril este ano, contra US$ 104 em 2011. Os valores das demais commodities deverão cair, em média, 14% em 2012. Embora isso não seja boa noticia para os países exportadores desses produtos, como o Brasil, o relatório avalia que haverá menos pressão inflacionária ao redor do mundo.

Em linhas gerais, a receita do Fundo para minimizar os problemas econômicos em 2012 é ir devagar com o andor no que diz respeito ao ajuste fiscal e às restrições ao crédito. Para o Banco Central Europeu, o FMI sugere dar maior liquidez ao sistema financeiro e reduzir a taxa de juros. Para EUA e Japão, a recomendação é formular políticas para trazer suas dívidas para patamares “sustentáveis” e assim criar condições para o crescimento e a geração de empregos. Nas economias emergentes, devem ser utilizados mecanismos para garantir a demanda interna, compensar a queda da externa e lidar com o fluxo volátil de capitais.
Fonte: ANBA
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