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16/01/2012
Competitivo e promissor
 
Além de crescer mais que a média nacional em 2011, o Paraná bateu recorde de exportações e recebeu investimentos de R$ 9 bilhões de empresas privadas, com outros R$ 15 bilhões previstos até 2015.
São Paulo - Não teve para ninguém em 2011. Com crescimento de 4,1% em seu Produto Interno Bruto (PIB), o Paraná superou com folga a média nacional, que teve um avanço estimado de 2,9%, conforme as projeções do Banco Central. O desempenho paranaense foi o melhor da região Sul. Quer mais destaques? O PIB industrial do estado subiu 5,2%, contra 0,7% no País, 2,4% no Rio Grande do Sul e menos 4,4% em Santa Catarina.

Foi o terceiro melhor resultado nacional, atrás apenas do Espírito Santo (7%) e de Goiás (5,4%). O bom momento se deve a vários fatores, mas foi alavancado pela implantação do programa Paraná Competitivo, de incentivos fiscais às empresas que querem se instalar na terra do poeta Paulo Leminski. Com isso, de um ano para cá, o estado recebeu investimentos que passam de R$ 9 bilhões, com outros R$ 15 bilhões anunciados.
“O Paraná é o pedaço do Brasil que mais vai crescer nos próximos anos”, afirma o secretário estadual da Fazenda, Luiz Claudio Hauly. Segundo ele, o Paraná Competitivo é um fator importante para entender a atual fase de desenvolvimento, mas é preciso considerar ainda outros pontos. “Temos mão de obra qualificada, com mais de 300 mil universitários, boas estradas, água e energia abundantes”, diz Hauly. “Sem falar que estamos perto da Argentina, grande importadora de produtos brasileiros, e de São Paulo, o maior centro econômico do País.”

O Paraná Competitivo consiste no parcelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as empresas participantes, que passam a ter até oito anos para quitar suas dívidas nesse sentido. De acordo com Hauly, podem participar companhias de todas as áreas, menos as de combustíveis, eletricidade e telecomunicações.

No ranking dos que anunciaram os maiores investimentos no programa estão corporações como a Renault, com R$ 1,5 bilhão, Sumitomo Rubber (R$ 560 milhões), de pneus, Cargill (R$ 350 milhões), Supremo Cimento (R$ 340 milhões) e Paccar/DAF (R$ 330 milhões), de caminhões. Segundo o Governo do Paraná, o montante da Renault foi o maior investimento que uma empresa privada fez num só estado brasileiro em 2011.

Em três turnos

Vice-presidente da Renault, Alain Tissier afirma que a montadora sempre teve bons motivos para apostar no Paraná. “Para investir, é preciso que exista um nível de desenvolvimento decente, com mão de obra qualificada para trabalhar, energia e boa logística”, diz. “Encontramos isso no estado, tanto que optamos por continuar investindo aqui.”

O montante de R$ 1,5 bilhão anunciado dentro do Paraná Competitivo será aplicado até 2015. Com isso, a montadora pretende ampliar sua produção em 100 mil veículos por ano, atingindo uma capacidade de 383 mil unidades anualmente.

Para tanto, devem ser criados um novo centro de engenharia, outro de treinamento e uma área voltada para logística. Com isso, serão 2 mil postos de trabalho abertos pela empresa. “Já estamos trabalhando em três turnos e aos sábados a cada 15 dias”, explica Tissier. “Com todas essas ações, é como se estivéssemos construindo uma nova fábrica ao lado da estrutura que já temos em São José dos Pinhais.”

O chamado Complexo Ayrton Senna reúne, na cidade paranaense, as três unidades de produção da marca no Brasil: veículos de passeio, utilitários e motores. Hoje, a empresa emprega mais de 6 mil colaboradores diretos.

Quando o assunto é emprego, aliás, os números do Paraná também são bons. Segundo o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Coordenação Geral (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço, o estado bateu recordes na geração de postos com carteira assinada em 2011, crescendo 6,6% até novembro. Ao todo, foram quase 160 mil vagas, das quais mais de 60% fora da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). “A RMC apresentou a menor taxa de desemprego entre as capitais do País, fechando o ano com 3,8%, para 6,1% na média nacional”, afirma Lourenço.

Diante de tamanha agitação, a meta é que, dentro de sete ou oito anos, o estado responda por 7% do PIB brasileiro, ocupando a quarta posição no ranking, depois de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Hoje representamos 6% do PIB do País, percentual que era de 6,4% em 2003 e de 6,8% na década de 1980”, diz Lourenço.

Árabes são bem-vindos

As exportações são aliadas do Paraná para atingir esse plano de crescimento. Em 2011, o estado vendeu ao mundo um montante de US$ 17 bilhões, um recorde. Segundo informações da Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, os produtos mais comercializados para fora são soja, cana de açúcar e frango.

Entre os compradores, os árabes estão na mira dos paranaenses. E se destacam como parceiros promissores. Dentro desse grupo, o Egito foi quem mais comprou do estado: US$ 91 milhões entre janeiro e junho do ano passado, seguido pelos Emirados Árabes Unidos, com US$ 88 milhões, Argélia (US$ 60,1 milhões) e Marrocos (US$ 33,4 milhões). A maior expansão foi no intercâmbio com a Argélia, país para o qual o Paraná vendeu 216,8% mais em relação ao mesmo período de 2010.

Animado diante dessas possibilidades, o secretário estadual da Fazenda convida os investidores do Oriente Médio a olharem com bons olhos para a sua terra. “Oferecemos boa infraestrutura e segurança jurídica para os investimentos”, diz Hauly. “Sem falar que temos um pé no mundo árabe: eu mesmo sou filho de libaneses”. Prova de que os empreendedores das arábias são bem-vindos, Hauly afirma que o Paraná está de braços abertos para receber missões da região. “Ou para organizar viagens até lá, basta entrar em contato conosco na secretaria”, afirma ele. Seja como for, bons resultados não faltarão para apresentar a possíveis interessados de todas as origens.
Fonte: ANBA
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