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12/01/2012
Exportações de couros em 2011 somaram US$ 2,05 bilhões
 
As exportações brasileiras de couros e peles, em 2011, movimentaram US$ 2,05 bilhões, embarcando 352,2 mil toneladas. Esse total representa um aumento de 17% em relação a 2010, quando o setor apurou US$ 1,74 bilhão, segundo dados contabilizados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Em dezembro, a receita das vendas externas de couros e peles foi de US$ 161,16 milhões, estável em relação ao mesmo mês do ano passado e com acréscimo de 1% ante o mês anterior.
“A despeito da recuperação do valor das exportações, os 26,7 milhões de couros bovinos embarcados em 2011 ficaram 2% abaixo do que o volume das vendas do ano anterior. E, embora a receita apurada esteja dentro da estimativa do setor, a crise econômica internacional que atinge a Europa, Estados Unidos e agora chega à China, deve tornar os negócios mais difíceis em 2012”, explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
Segundo o executivo, houve recuo de pedidos no último trimestre do ano passado, sendo que as exportações de dezembro ainda foram realizadas com base em contratos anteriores. “O mercado interno dificilmente terá fôlego para absorver eventuais perdas na exportação, pois está saturado e ainda enfrenta crescente substituição do couro nos calçados por produtos alternativos, visando uma competição de preço”, observa.
Paralelamente, outros gargalos agravam as dificuldades da indústria nacional, salienta Goerlich, a exemplo dos já conhecidos Custo Brasil: a elevada carga tributária, as altas taxas de juros, a falta de linhas de crédito para capital de giro e a excessiva burocracia, dentre outros obstáculos.
Mesmo com os desafios e obstáculos enfrentados, a indústria do couro vem aumentando a sua importância e contribuição econômica para a própria balança comercial brasileira, cuja participação representou 6,86% do saldo registrado em 2011. Segundo dados do Relatório do CICB, o perfil das exportações brasileiras por tipo de couro no ano passado, nos produtos acabados, foi de 57%, em receita, e 42% em volume. Já nos últimos 11 anos o avanço do setor curtidor registrou aumento de 465% no porcentual da receita obtida com a produção de couros crust e acabados, produtos de maior valor agregado, passando de US$ 318 milhões (2000) para US$ 1,48 bilhão (2011).
Congresso Mundial de Couro
Importante para a economia brasileira, o couro também conferiu projeção internacional ao País, com a realização do I Congresso Mundial do Couro, promovido pelo CICB no Rio de Janeiro, em novembro. O presidente da entidade, Wolfgang Goerlich, destaca o impacto do evento: “o Congresso, realizado em parceria com o International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes), em conjunto com a Couromoda, contou com a participação de 356 técnicos, empresários e estilistas de 26 países, demonstrando a importância do Brasil como um dos destacados players da indústria curtidora”.
Além da realização do Congresso, o presidente do CICB também atribui a boa imagem do couro brasileiro no exterior à promoção do programa “Brazilian Leather”, conduzido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), vinculada ao MDIC. “Estas ações estão se tornando referência no setor e seus resultados positivos já refletem na imagem positiva do nosso produto e nas vendas externas”, afirma o executivo.
Principais destinos do couro nacional em 2011
No ano passado, os principais destinos do produto nacional foram a China e Hong Kong, com US$ 615 milhões, 30,1% de participação e crescimento de 10% ante 2010; Itália (US$ 456,9 milhões, 22,3% de participação e elevação de 18%); e Estados Unidos, US$ 229,48 milhões, (11,2% e aumento de 21%).
Nos doze meses de 2011, Alemanha (US$ 88,88 milhões, 4,3% de participação e crescimento de 60%), Coréia do Sul (US$ 65,18 milhões, 3,2% e aumento de 36%), México (US$ 59,41 milhões, incremento de 42%), Vietnã (US$ 58,3 milhões, elevação de 13%) e Hungria (US$ 44,15 milhões, aumento de 152%) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras.
Entre outros países que aumentaram as compras do couro nacional no período figuram Taiwan (US$ 36,7 milhões, 91%), Tailândia (US$ 34,47 milhões, 17%) e Uruguai (US$ 22,78 milhões, 187%).
Ranking dos estados exportadores
 
O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos doze meses do ano passado em relação a 2010 informa que os principais exportadores são Rio Grande do Sul (US$ 492,22 milhões, 24,1% de participação) e São Paulo (US$ 442,38, 21,6% de participação), seguido pelo Paraná (US$ 227,8 milhões, 11,1%), Goiás (US$ 191,82 milhões, 9,4%) e Ceará (US$ 184,13 milhões, 9%).
Os demais estados são Bahia (US$ 128,74 milhões, 6,3%), Minas Gerais (US$ 98,6 milhões, 4,8%), Mato Grosso (US$ 87,52 milhões, 4,3%), Mato Grosso do Sul (US$ 78,2 milhões, 3,8%) e Santa Catarina (US$ 51,87 milhões, 2,5%).
Fonte: Apex-Brasil
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