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11/01/2012
Oriente Médio consome mais frango
 
Consumo per capita da ave aumentou em cinco países árabes da região em 2011. Emirados Árabes Unidos lideraram com 67,2 quilos por pessoa, um aumento de 14% sobre 2010.
São Paulo – O Oriente Médio está consumindo mais frango. É o que mostram os dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), divulgados nesta segunda-feira (09), em São Paulo. Cinco países árabes estão entre os maiores consumidores de frango do mundo. Os Emirados Árabes Unidos lideram a lista, com o maior consumo per capita em 2011, de 67,2 quilos por habitante, 14,09% a mais que em 2010.

O segundo maior é o Kuwait, com 64,1 quilos/ano por habitante, um aumento de 6,48% em relação a 2010. O Bahrein consumiu 61,6 quilos por pessoa, um crescimento de 10,79%. Na Arábia Saudita, o consumo em 2011 foi de 54 quilos por pessoa, 11,57% maior que no ano anterior. Em sexto lugar, superado pela Jamaica, vem o Catar, com 48,7 quilos por habitante (crescimento de 14,59%). O Brasil está em sétimo na lista, com 47,4 toneladas per capita e um crescimento de 7,48% sobre 2010.

Em termos absolutos, países como Arábia Saudita e Emirados, se mantiveram em destaque nas importações do setor avícola brasileiro. A Arábia Saudita foi o principal destino do frango nacional, com 16% das importações (622,6 mil toneladas), de um total de 4,118 milhões de toneladas, enquanto os Emirados figuraram entre os maiores importadores de ovos (três mil toneladas) e carne de pato, ganso e outras aves (111,5 toneladas).

A Ubabef informou que quer aumentar as exportações de frango aos países árabes que passaram por crises políticas em 2011. A expectativa da entidade para 2012 é retornar aos patamares de 2010.

O Egito, que em 2010 importou o equivalente a 124,45 mil toneladas de frango, comprou apenas 72,75 mil toneladas no ano passado, tendo sido um dos principais mercados em queda para o Brasil. Ricardo Santin, diretor de Mercados da Ubabef, disse que a entidade recebeu a visita de um diplomata egípcio, que afirmou que seu país espera aumentar as importações de frango brasileiro este ano.

“Esperamos esta recuperação baseados na [velocidade da] retomada da produção local, que pode ser um pouco mais demorada do que a necessidade da demanda durante o reestabelecimento do equilíbrio político local. Então, pode haver, sim, um crescimento”, afirmou Santin. Ele lembra ainda que, além da crise política, a produção de frango no Egito foi afetada pela gripe aviária.

A expectativa para os demais países da região é de que as exportações se mantenham quase nos mesmos níveis de 2011. “Estamos conseguindo complementar as produções locais nos países que as têm, e suprir a demanda daqueles que não têm produção. Achamos que as exportações vão se manter nestes níveis, com crescimento moderado, porque temos, sim, uma crise mundial, e ela acaba se refletindo nos países que compram do Brasil”, ressaltou o executivo.

Segundo Santin, não há muitas ações de divulgação planejadas para o mundo árabe em 2012, uma vez que o frango nacional já tem um mercado consolidado na região. “Temos um mercado muito consistente, bem construído, de uma parceria de longuíssimo prazo”, ressaltou. O principal canal de divulgação para os árabes será a participação na Gulfood, maior feira do setor de alimentos do Oriente Médio, que ocorre de 19 a 22 de fevereiro, em Dubai.

A entidade estuda trazer jornalistas árabes para conhecer o setor avícola brasileiro, assim como planeja trazer importadores da região para mostrar a cadeia de produção.

Em relação aos tipos de frango importados pelos árabes, o principal continua sendo o griller, um frango de pequeno porte, que é vendido inteiro. Santin destaca, no entanto, que tem havido um crescente interesse da região em comprar cortes de frango. “Eles começam a comprar algumas partes, e as empresas começam a investir em marketing lá”, apontou.

Entre as ações de marketing em outros países ao longo do ano, estão as participações nas feiras de alimento Sial, na França e na China, e um workshop na Indonésia.

Sobre a crise econômica européia, Santin afirmou que ela pode afetar as exportações brasileiras, por causa da falta de crédito. No entanto, o executivo vê também possibilidades de ganho para o Brasil neste cenário.

“Há uma possibilidade de haver migração de proteínas na própria Europa. Quando a crise aperta muito, a pessoa sai da proteína mais cara, que são a bovina e a suína, e migra [para uma proteína mais barata], podendo até ocorrer um evento contrário [do previsto], fazendo com que aumente a exportação de frango para suprir o consumo local”, completou.
Fonte: ANBA
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