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21/12/2011
Após alta em 2010, importação de papel estabiliza
 
Após crescerem quase 40% em 2010, as importações brasileiras de papeis devem fechar estáveis em 2011, apontam estimativas da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Segundo a entidade, a causa para a desaceleração estaria ligada à série de medidas punitivas aplicadas pelo governo federal para controlar a compra de papel do tipo imune, cujo uso estava sendo deturpado. Com isso, as compras brasileiras do item devem fechar o ano com uma leva alta de 1,2% frente ao ano anterior, totalizando 1,52 milhão de toneladas. Já em termos financeiros, o crescimento é mais expressivo, de 14,9%, somando US$ 1,7 bilhão.
Usina de celulose e papel da Fibria em Eunápolis, na Bahia (Marcello Casal-Jr/ABr)
De acordo com a Bracelpa, o papel imune, que é isento de tributos e utilizado para fins editoriais, vinha sendo usado para outras finalidades no mercado brasileiro, como a produção de material publicitário, o que exigiu um controle de importação mais rígido por parte do governo (a lei federal n° 11.945/09 traz penalidades para desvio de uso desse tipo de item). Tal prática explicaria, em parte, a queda nas importações.
Já do lado das exportações, a entidade informa que, apesar da queda de 1,2% no volume exportado de papel, que deverá totalizar 2 milhões de toneladas, a receita das vendas externas atingirá US$ 1,7 bilhão, crescimento de 9,6% em relação a 2010. Dessa forma, a balança comercial da indústria de papel deverá ser superavitária em US$ 430 milhões, resultado 8,1% menor que o do ano passado.
“Apesar da crise econômica, a Europa continua sendo a principal região compradora de papel e celulose do Brasil. Não se sabe como os países europeus se comportarão em 2012, mas a indústria brasileira do setor está preocupada”, explica Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Bracelpa. “Por isso, no curto prazo, as empresas nacionais adotarão medidas de austeridade para a contenção de caixa no ano que vem”, completa.
A executiva lembra que no cenário brasileiro também há a expectativa de redução da atividade econômica em 2012. “A questão cambial brasileira e o reflexo uma possível pressão sobre os preços internacionais das commodities são os principais fatores que influenciam as atividades da indústria nacional”, diz. Ainda assim, para Elizabeth, o balanço de 2011 é positivo, já que os resultados mantiveram o patamar de 2010.
Fonte: BB
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