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05/12/2011
Apex-Brasil realiza rodadas de negócios e participa de debates no Encomex Mercosul
 
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) promoveu quase 150 encontros de negócios entre oito comerciais exportadoras do Projeto Brasil Trade e 30 micro e pequenas indústrias do Paraná e região durante o 3° Encontro de Comércio Exterior do Mercosul (Encomex Mercosul), realizado em Curitiba, nos dias 1° e 2 de dezembro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A Apex-Brasil também participou do evento com um estande para atendimento às empresas, em que foram apresentados os serviços e produtos oferecidos pela Agência.

A Apex-Brasil participou, ainda, de dois painéis de discussão durante o Encomex Mercosul. O primeiro, sobre a atuação da Rede Ibero-americana de Organizações de Promoção de Comércio Exterior (RedIbero), presidida pela Agência. As ações e estratégias da organização foram apresentadas pelo supervisor da Unidade de Cooperação e Articulação Internacional da Agência, Mauro Rocha, com a participação de representantes da Fundación ExportAr, da Argentina, da Uruguay XXI, do Uruguai, da Rediex, do Paraguai e da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). “A RedIbero é um espaço importante para a discussão e troca de experiências entre as agências de promoção da região”, disse Mauro Rocha.

O coordenador da Unidade de Inteligência Comercial e Competitiva da Apex-Brasil, Marcos Lélis, e o gerente do Setor de Integração e Comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Antoni Estevadeorda, debateram cenários e perspectivas de negócios para a América do Sul. Segundo Lélis, o atual crescimento dos preços das commodities traz uma forte entrada de divisas para os países latino-americanos, que faz bem às economias, mas traz também a valorização cambial, que apresenta desafios ao setor de manufaturas. “O caminho para enfrentar o desafio de aumentar a agregação de valor e tornar as economias da América do Sul mais competitivas passa pela integração das cadeias produtivas dos países e pela intensificação do comércio intra-regional, medidas que qualificam melhor a pauta exportadora, fortalecem os mercados e os protegem contra outros concorrentes, como a China”, analisa.

Brasil Trade

As rodadas de negócios promoveram a aproximação entre as empresas paranaenses (que, em sua maioria, ainda não exportam) com comerciais exportadoras que já atuam no mercado internacional. “O objetivo é promover um encontro de interesses em que as comerciais exportadoras ajudarão as indústrias a adequarem seus produtos ao mercado internacional e a concretizar suas exportações”, explica o coordenador de Projetos Especiais da Apex-Brasil, Maurício Manfré.

A comercial exportadora Magplast, por exemplo, se reuniu com empresas da região que ainda não exportam, mas têm produtos adequados e interessantes para mercados específicos. “Conhecemos um fabricante local de cosméticos com boa qualidade, boa apresentação, devidamente registrados na Anvisa e adequados a mercados como o angolano”, informa o diretor da Magplast, Marcelo Rollemberg. Segundo ele, a empresa tem capacidade e perfil para exportar, mas ainda não está no comércio exterior por falta de conhecimento dos mercados. “É aqui que entramos com nossa experiência internacional e com as oportunidades de negócios que poderemos gerar por meio dos nossos contatos em diversos países.Essa é uma pequena indústria que poderá começar a exportar em breve e, no futuro, até se instalar em outro país”, avalia Rollemberg, que espera negociar também móveis e produtos de papel reciclado a partir dos contatos feitos em Curitiba.

A Magplast participa do projeto Brasil Trade desde quando este foi criado, em 2008, e já esteve em mais de 20 rodadas de negócios organizadas pela Apex-Brasil em vários estados brasileiros e em países como Angola, África do Sul e Dubai. É uma das empresas instaladas no Centro de Negócios de Miami, de onde busca redes de varejo norte-americanas para produtos específicos como o guaraná em pó da Amazônia.

A AG Intertrade, empresa de Curitiba especializada em exportação de madeira e materiais de construção, também participou da rodada e fez contato com várias indústrias ainda não exportadoras. “Gostamos muito do produto de uma fabricante de mangueiras, tubos e conexões plásticas, com a qual poderemos vir a trabalhar”, disse a representante da comercial exportadora, Cláudia Gil.

A curitibana SBS possui, entre seus clientes, fabricantes de todo o Brasil e exporta alimentos, cosméticos e têxteis para Equador, Bolívia, Panamá, Estados Unidos, Ilhas Maurício, Moçambique, África do Sul e Kuwait. “Nas rodadas de negócios, fazemos contato com empresas que querem apenas nos vender seus produtos para exportarmos e também com aquelas que querem uma assessoria para ingressar no mercado internacional. Oferecemos os dois serviços, dependendo do produto e do perfil da empresa”, explica o diretor da SBS, Luis Augusto Cordeiro, que, no encontro do Encomex Mercosul, fez prospecções de negócios que espera concretizar nos próximos meses.

A fabricante de cosméticos La Vertuan, de Santa Catarina, participou da rodada em busca da primeira exportação. “Estamos nos preparando para exportar com apoio do MDIC e de uma universidade e ainda não conhecíamos esse modelo de reunião”, disse a diretora de Marketing Liana Vertuan. “Foi uma boa surpresa poder fazer cinco reuniões na mesma tarde sem ter que visitar cada uma das comerciais exportadoras”. A La Vertuan produz cosméticos que aliam tecnologia com princípios ativos naturais e investe em uma linha com apelo exótico para o mercado exterior. “Estamos desenvolvendo novos produtos com ingredientes amazônicos como guaraná e açaí, adequando embalagens e já registramos no INPI uma nova marca que será usada no mercado externo”, informa a empresária, que saiu da rodada com a perspectiva de fechar contrato com uma das comerciais exportadoras do Brasil Trade.

Balança Comercial

O Encomex Mercosul foi aberto pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, que afirmou que “o Mercosul é uma realidade e precisa ser fortalecido, desenvolvido e protegido”. Ele disse ainda que, há vinte anos, antes dos acordos comerciais, “a pauta de exportação brasileira nos países do bloco econômico era fraca e tímida, e hoje é possível ver ganhos concretos”.

Os números da balança comercial brasileira foram analisados em entrevista coletiva durante o evento em Curitiba por Alessandro Teixeira e pela secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres. As exportações brasileiras em novembro (US$ 21,8 bilhões) registraram recorde na comparação com os resultados anteriores para este mês. As importações (US$ 21,2 bilhões) também bateram o recorde da série histórica de novembro, assim como a corrente de comércio (US$ 43 bilhões). O saldo comercial foi de US$ 583 milhões no período, o dobro do valor aferido em novembro do ano passado (US$ 291 milhões).

Fonte: Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX
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