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24/11/2011
Em crise, europeus buscam mercado árabe
 
A crise das dívidas na Europa não afetou a participação de empresas do continente na Big 5, feira do ramo da construção que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, até esta quinta-feira (24). Pelo contrário, o número de expositores de alguns países permaneceu estável e até aumentou.

A explicação para o fenômeno é que, com seus mercados domésticos em baixa, os europeus buscam mais espaço para seus produtos no exterior. "[A participação na feira] não foi afetada porque as empresas estão tentando exportar, pois o mercado interno está em baixa", disse Dimitris Papandreou, executivo de finanças da Hellas Exports, companhia grega que exporta mármores.

A Grécia é um dos países mais afetados pela crise na Europa, mas o pavilhão grego na feira tem um número recorde de expositores: 47. "Aqui (Dubai) é uma boa opção. Não é o que costumava ser, mas há obras em andamento e há também Abu Dhabi, Catar, Bahrein e a Arábia Saudita. Por isso as pessoas vêm [para cá]", destacou Papandreou, que não tem parentesco com o ex-primeiro-ministro grego George Papandreou.

Organizadora do pavilhão italiano, o maior da feira, com cerca de 300 empresas, Mariateresa Malakos, da DMG Events, companhia que promove a própria Big 5, fez uma análise parecida. "Sem exportar, [o empresário] não viveria, pois a Europa está em baixa", disse.

Ela ressaltou que no Oriente Médio, pelo contrário, as economias estão crescendo e vender para os países da região pode oferecer certo alívio. "De todos os países ao redor [dos Emirados], todos vêm à Big 5", afirmou. O número de empresas italianas na feira é mais ou menos o mesmo do ano passado, mas o espaço ocupado aumentou, segundo Mariateresa.

As companhias são dos setores de tecnologia de recursos hídricos, ar condicionado, portas e janelas, tintas, decorações, mármores, máquinas e equipamentos, entre outros. "Há um mix de todos os tipos de produtos", afirmou ela.

Jorge Marcolino, da Associação Empresarial de Portugal (AEP), organizadora do estande luso, observou que o mercado português já é pequeno e com a crise torna-se ainda mais. "Com essa necessidade, temos que vir procurar novas cotas em mercados externos", destacou.
Nesse sentido, ele citou os mercados do Oriente Médio, Sudeste da Ásia, América Latina, especialmente o Brasil e a Argentina, e a Europa do Leste. "O Oriente Médio é uma aposta para os próximos anos", disse, dando especial ênfase à Arábia Saudita e Catar, países citados por dez entre dez expositores como os mais promissores do momento na região. "Este show (feira) é importante para toda a região", destacou.

O pavilhão português conta com 17 empresas dos setores de cortiça, telhas, portas, granitos, mármores, cerâmicas, máquinas, entre outros. O número é o mesmo de 2010.
Sobre o movimento na feira, Mariateresa disse que está "muito melhor" do que no ano passado, Marcolino comentou que o nível dos visitantes está "bastante interessante" e o diretor operacional da Hellas Exports, Evangelos Nikitatis, disse que a movimentação está boa, mas é preciso esperar os resultados após o evento.

Fonte: Agência de Notícias Brasil Árabe - ANBA
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