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24/11/2011
Missão comercial projeta negócios de US$ 19 milhões em Moçambique
 
A comitiva, liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e pelo presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges, chegou ontem a Luanda (Angola) para a etapa seguinte da Missão.
A Missão reúne ao todo 53 empresas, sendo a maior parte delas atuante nos setores de casa e construção civil, máquinas e equipamentos e alimentos, bebidas e agronegócios. A estimativa é de que as ações nos três países visitados gerem US$ 60 milhões em negócios imediatos e para os próximos 12 meses.

Além dos empresários que participam das rodadas de negócios, integram a comitiva outras 20 empresas convidadas, entre elas grandes construtoras, e instituições governamentais.

A Missão

“Esta nova fronteira comercial com a África foi aberta no governo Lula, quando as nossas exportações saltaram de US$ 2,8 bilhões, em 2003, para US$ 9,2 bilhões, em 2010, quase 250% de aumento. Agora, queremos dar um novo salto nas trocas comerciais e sociais com o continente africano, com o qual temos laços históricos e culturais. A Missão é um primeiro passo para intensificar essa relação estratégica. Não é somente uma agenda comercial. Lembro como exemplo a atuação da Embrapa naquele continente”, explica o ministro Fernando Pimentel.

Após as atividades em Angola, a comitiva parte para a etapa sul-africana da Missão no dia 28, com rodadas de negócios com compradores locais. No dia seguinte, os empresários brasileiros e representantes de tradings e comerciais exportadoras terão a oportunidade de se encontrar com compradores de cinco países do Sul da África (Botsuana, Namíbia, Quênia, Tanzânia e Zâmbia). A Missão se encerra no dia 30, com visitas técnicas individuais.

Empresários comentam oportunidades em Moçambique

Em Maputo, Moçambique, as atividades da Missão foram abertas em cerimônia que contou com a presença de autoridades brasileiras e moçambicanas. “As vantagens de se investir em Moçambique, que goza de uma localização geográfica privilegiada, com fácil acesso aos portos, já foram percebidas por muitas empresas estrangeiras. O objetivo desta Missão é ampliar a promoção comercial e também os investimentos em setores estratégicos para nós, como agricultura, turismo, indústria têxtil e de confecção, ecoturismo e energia também”, disse o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula.

“Estamos trazendo as empresas brasileiras para que elas conheçam um pouco melhor as oportunidades em Moçambique e tenham condições de melhorar seus planos de negócios. Temos a percepção de que existe muito o que fazer por aqui”, explicou Rubem Gama, diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

As atividades desta Missão Comercial começaram no dia 21 de novembro em Maputo com solenidade de abertura e rodadas de negócios. No dia 22, além das visitas técnicas, houve seminário organizado pela Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique (CCIABM) e pela mineradora brasileira Vale.

As empresas brasileiras que estiveram nas rodadas de negócios em Moçambique buscavam não apenas fechar contratos de vendas diretas. “Viemos aqui para fazer um levantamento de mercado e falamos com alguns potenciais distribuidores locais para nossos produtos. Tivemos reuniões com especialistas que podem facilitar nossa aproximação com o mercado moçambicano”, diz Messias de Souza, executivo de Contas de Exportação da Rassini NKK, fabricante de molas para suspensão de veículos. “Estamos buscando um parceiro e um distribuidor para atuar nos serviços de manutenção e de pós-venda de nossos produtos. As rodadas trouxeram boas perspectivas de negócios”, conta Bruno Campez, representante de vendas da Jumil, empresa do segmento de máquinas e implementos agrícolas.

Já a Vitafor, empresa do ramo de nutrição clínica, esportiva e hospitalar, além de buscar um importador que faça a revenda dos seus produtos localmente, pretende participar de licitações governamentais em Moçambique. “Temos muitos produtos escolhidos por meio de licitações e queremos usar isso como forma de aumentar nossa credibilidade no mercado moçambicano”, afirma Rogério Maia, administrador de vendas da Vitafor. A empresa também investe em vendas para o mercado varejista.

Além de contatos com distribuidores locais, a Ruette Spices busca acertar contratos de venda direta de seus principais produtos: pimenta-do-reino e cravo-da-índia. “Já vendemos para África do Sul, Gâmbia, Egito e Senegal. Queremos gerar negócios aqui em Moçambique também”, conta Fernanda Turatti, gerente de exportações da Ruette Spices.
A diretora comercial da trading Wintex Internacional, Ligia Pereira, destaca a importância de participar de uma missão comercial com a chancela de um órgão do governo, como a Apex-Brasil. “A grande vantagem de estar numa missão como esta é a credibilidade que passamos ao comprador local, que nos recebe com muito mais facilidade quando vê que nossa empresa está acompanhando o governo brasileiro”, explica Ligia.

Agenda em Angola

Hoje(23), 22 empresas participam do Brasil Casa Design, evento cujos objetivos são estimular negócios entre empresários brasileiros e estrangeiros e trabalhar a percepção de formadores de opinião locais sobre a qualidade, a tecnologia e o design dos produtos brasileiros do setor de casa e construção civil.

“A Apex-Brasil acredita que a realização de eventos cujo foco constante é a combinação de design inovador e produção sustentável, como é o caso do Brasil Casa Design, pode contribuir para reforçar a imagem do Brasil como país prolífico em criatividade e diversidade”, explica Mauricio Borges.

Nas duas primeiras edições do Brasil Casa Design, realizadas em Buenos Aires e na Cidade do Panamá, foram gerados negócios da ordem de US$ 18 milhões. O Brasil Casa Design de Luanda contará com exposição de produtos, mostra fotográfica e uma galeria de projetos brasileiros que ganharam troféus no IF Design e Idea, dois dos mais importantes prêmios do design mundial.

Também estão programadas reuniões com arquitetos, empreiteiras e empresas do setor de casa e construção civil de Angola, organizadas pela Apex-Brasil e pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA).
Nos dias 24 e 25, as empresas integrantes da Missão participarão de rodadas de negócios e de visitas agendadas individualmente com apoio do Centro de Negócios da Apex-Brasil em Luanda.

Comércio Brasil – Moçambique

As exportações brasileiras para Moçambique ficaram em US$ 61,030 milhões de janeiro a setembro de 2011. No mesmo período, as importações de Moçambique somaram US$ 3,559 milhões. Os principais produtos vendidos pelos brasileiros para o país africano foram trigo (US$ 12,145 milhões), derivados de óleo de soja (US$ 6,55 milhões), carnes de frango congeladas (US$ 5,87 milhões), resíduos sólidos de óleo de soja (US$ 4,975 milhões) e locomotivas a diesel e elétricas (US$ 4,068 milhões).

Os produtos mais comprados pelo Brasil de Moçambique, também de janeiro a setembro de 2011, foram alumínio em forma bruta, fumo, transistores montados, circuitos integrados monolíticos, assentos com armação de madeira, conectores, feixes ou cabos de fibra ótica e estatuetas e outros objetos de ornamentação de plásticos.

Comércio Brasil – Angola

Em relação a Angola, as exportações brasileiras de janeiro a setembro de 2011 ficaram em US$ 729,612 milhões. Nesse mesmo período, o Brasil importou dos angolanos US$ 311,718 milhões. Os principais produtos vendidos pelos brasileiros para o país africano foram açúcares de cana, beterraba e sacarose (US$ 69,814 milhões), pedaços de frango congelados (US$ 50,627 milhões), frango congelado (US$ 49,607 milhões), carnes de suíno congeladas (US$ 41,046 milhões) e farinha de milho (US$ 32,765 milhões).

Os produtos mais importados de Angola pelo Brasil, no mesmo período, foram óleos brutos de petróleo (US$ 195,031 milhões), outros propanos liquefeitos (US$ 83,883 milhões) e butanos liquefeitos (US$ 32,778 milhões).

Comércio Brasil – África do Sul

Em 2011, de janeiro a setembro, as exportações brasileiras para a África do Sul ficaram em US$ 1,232 bilhão. No mesmo período, o Brasil importou dos sul-africanos US$ 700,677 milhões. Os principais produtos exportados pelo Brasil foram frango congelado (US$ 144,345 milhões), veículos automóveis com motor de explosão (US$ 80,857 milhões), tratores rodoviários para semi-reboques (US$ 77,832 milhões), açúcares de cana, beterraba e sacarose (US$ 63,385 milhões) e minérios de ferro aglomerados e seus concentrados (US$ 36,271 milhões).

Os produtos mais comprados pelo Brasil da África do Sul foram carvão mineral do tipo hulha antracita não-aglomerada (US$ 85,918 milhões), motores de explosão para veículos (US$ 56,575 milhões), paládio em forma bruta ou em pó (US$ 52,985 milhões), chapas de ligas de alumínio (US$ 40,533 milhões) e herbicidas (US$ 34,997 milhões).

Fonte: Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX
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