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17/11/2011
Exportações de couros movimentaram US$ 166,62 milhões em outubro
 
As exportações brasileiras de couros e peles registraram US$ 166,62 milhões em outubro, embarcando 26,2 mil toneladas, segundo dados contabilizados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio (Secex), do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. A receita representa aumento de 21% em relação ao mesmo mês de 2010 e de 2% em relação a setembro deste ano.

“O valor das exportações no acumulado foi de US$ 1,72 bilhão, crescimento de 20% em relação ao período anterior, embora o volume tenha aumentado apenas 1%, em decorrência da crise econômica mundial”, explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Segundo o executivo, houve pequena elevação no volume de couros bovinos exportados em outubro comparado ao mês anterior, da ordem de 2%, mas redução significativa em relação ao acumulado dos dez meses de 2011 ante o período anterior: foram 1,98 milhão de unidades, queda de 9% em comparação as 2,17 milhões de peças embarcadas no ano passado.

Em sua análise, a expectativa de faturamento para o ano de 2011 é de uma receita ao redor de US$ 2 bilhões, e que será alcançado com elevado grau de dificuldade para as empresas curtidoras.

“Os pedidos diminuíram no último trimestre, refletindo o momento de dificuldades que a economia mundial atravessa, em particular a Europa. Além disso, nossa competitividade é comprometida pelos conhecidos obstáculos e entraves que integram o chamado Custo Brasil, como câmbio desfavorável, excessiva carga tributária, altíssimas taxas de juros, carência de linhas de crédito para capital de giro, e outros entraves”, salienta.

Apesar deste cenário, a indústria brasileira do couro, uma das maiores exportadoras mundiais, vem se esforçando para diversificar cada vez mais seus mercados, além de aumentar o leque de produtos de maior valor agregado.

Um dos exemplos bem-sucedidos é o programa Brazilian Leather, conduzido pelo CICB em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que vem apresentando resultados expressivos para a visibilidade e para aumentar o valor do couro brasileiro, alavancando os negócios do setor. “A agregação de valor e a ampliação de mercados ilustra o esforço do setor. Entre 2000 e 2010 a indústria curtidora saltou de 30% para 70% o valor exportado de produtos acabados. Além disso, o número de países importadores do couro nacional cresceu de 68 para quase 100”, destaca Goerlich.

Principais destinos do couro nacional

De janeiro a outubro de 2011, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 513 milhões (29,7% de participação e aumento de 8%); Itália, com US$ 390,13 milhões (22,6% de participação e elevação de 22%); e Estados Unidos, com US$ 191,14 milhões (11,1% e crescimento de 20%).

Nos dez meses do ano, Alemanha com US$ 77 milhões (4,5% de participação e aumento de 67%), Coréia do Sul, com US$ 58,11 milhões (3,4% e 73% de crescimento), Vietnã (US$ 52,2 milhões, elevação de 26%), México (US$ 51 milhões, incremento de 49%), e Taiwan (Formosa, US$ 31,1 milhões, 96%) foram importantes destinos das exportações brasileiras.

Entre outros países que aumentaram as aquisições do produto nacional figuram Hungria (US$ 29,52 milhões, 96%), Uruguai (US$ 17,67 milhões, 127%) e Espanha (US$ 14,53 milhões, 89%).

Ranking dos estados exportadores

O Relatório do CICB informa no balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos dez meses do ano, em comparação ao acumulado de 2010, a liderança do Rio Grande do Sul (US$ 421,81 milhões, 24,4% de participação) como maior exportador nacional, seguido por São Paulo (US$ 379,5 milhões, 22% de participação), Paraná (US$ 194,34 milhões, 11,3%) e Goiás (US$ 153,15 milhões, 8,9%).

Os demais estados no ranking nacional são Ceará (US$ 147,83 milhões), Bahia (US$ 108,74 milhões), Minas Gerais (US$ 83 milhões), Mato Grosso (US$ 72,44 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 68,18 milhões) e Santa Catarina (US$ 40,85 milhões).

Congresso Mundial do Couro

A realização do primeiro Congresso Mundial do Couro, no dia nove de novembro deste ano, no Rio de Janeiro, com a participação de empresários, especialistas, autoridades, designers, representando 26 países demonstra a importância do Brasil como um dos destacados players da indústria curtidora internacional.

O evento foi organizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil em parceria com o International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes), entidade internacional que representa mais que 80% da indústria curtidora mundial, também presidida por Wolfgang Goerlich.

“O Congresso Mundial do Couro realizado no Brasil, sem dúvida, foi um marco para o segmento em nível mundial”, salientou o executivo, assinalando que, “é preciso unir forças e que nos ajudemos mutuamente, pois a comunicação e cooperação entre os diversos elos da cadeia coureira é essencial para o desenvolvimento do setor no mundo”.

Segundo Wolfgang Goerlich, a qualidade dos temas discutidos e o alto padrão de excelência dos palestrantes convidados denota a importância do evento para a indústria curtidora.

Já para o presidente do Conselho Diretor do CICB, Augusto Sampaio Coelho, “a indústria brasileira do couro é fundamental em nível global e a realização do congresso no Rio reforça esta posição”. Em sua participação no Congresso Mundial do Couro, o empresário apresentou alguns números da indústria no Brasil. Segundo o dirigente, o País tem mais de 180 milhões de cabeças de gado, produz anualmente 35 milhões de couros e as divisas geradas com a exportação de peles ultrapassa a casa dos US$ 2 bilhões ao ano.

Fonte: Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX
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