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11/11/2011
Cresce a participação de importados no Brasil, mostra relatório da Fiesp
 
Divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o relatório Coeficientes de Exportação e Importação (CEI) ilustra de forma exemplar a perda de competitividade dos produtos brasileiros frente importados. Entre julho e setembro, apontam os dados do CEI, 23,4% das mercadorias consumidas pelos brasileiros foram importadas. O índice é 0,5 ponto percentual maior do que o registrado nos três meses anteriores – já em relação ao terceiro trimestre de 2010, a alta foi de 0,7 ponto percentual.
Gianneti diz que o agravente é que os importados têm similar no Brasil (Helcio Nagamine/Fiesp)
“Podemos dizer que 25% de tudo o que é consumido no Brasil é importado. O que não é de todo mau, se analisarmos do ponto de vista da economia globalizada. O que preocupa, no entanto, é a forma como esse aumento está ocorrendo, ou seja, em substituição à produção doméstica”, diz Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp. “A maioria destes itens tem similar nacional, o que agrava o quadro”, reforça Gianetti.
O relatório da entidade aponta também que a participação das mercadorias estrangeiras no consumo aparente do Brasil (resultado da soma da produção nacional com as importações, menos as exportações) cresceu em 29 dos 33 setores da indústria estudados pela Fiesp. “As principais altas aconteceram nos setores de tratores, máquinas e equipamentos para agricultura (9%); metalurgia de metais não-ferrosos (4,6%); produtos diversos (3,9%) e artigos do vestuário (3,7%)”, revela o documento. Os segmentos que apresentaram maior queda no coeficiente de importação foram siderurgia (3,6%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar (2,1%).
Segundo a Fiesp, enquanto o consumo aparente na indústria geral caiu 0,3% em relação a terceiro trimestre de 2010, o da indústria de transformação cresceu 0,6% no período. “Apesar dessa alta, verificamos que houve uma queda da produção interna de 0,5% nestes três meses, o que demonstra que quem está capturando os pequenos aumentos recentes do consumo aparente são os produtos importados e não os nacionais”, ressalta Giannetti.
Dos 33 setores pesquisados, houve alta nas exportações em 16 – destes, sete apresentaram queda na produção industrial. Os principais crescimentos nas vendas externas foram registrados em indústrias extrativas (10%), siderurgia (6,2%), tratores e máquinas para agricultura (5,9%) e máquinas para fins industriais e comerciais (4,9%). Os setores de caminhões e ônibus, bem como o de peças para veículos, obtiveram aumentos mais moderados: 1,2% e 0,6%, respectivamente. A Fiesp ressalta que a queda da produção brasileira poderia ser ainda maior se não fosse a alta nas vendas externas registrada no período.
Fonte: BB
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