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31/10/2011
Empresas brasileiras esperam novo governo para retomar operações na Líbia
 
Brasília - Com a morte de Muammar Khadafi, ex-presidente líbio morto no dia 20, as empresas brasileiras aguardam a formação de um governo provisório para retomar as operações no país. A informação é do embaixador Cesário Melantonio Neto – intermediador dos diálogos do Brasil com o Conselho Nacional de Transição (CNT), responsável pelo governo provisório.
As operações das empresas brasileiras foram interrompidas com o início do levante civil que resultou na queda de Khadafi. Em fevereiro deste ano, centenas de funcionários de construtoras como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez deixaram o país com a intensificação do conflito.
"Tenho informação de que vários funcionários já voltaram [à Líbia]. Agora temos de esperar a formação de um novo governo provisório para retomar de vez as obras", disse Melantonio.
O diplomata, que serve como embaixador do Brasil no vizinho Egito, tem sido um dos principais interlocutores brasileiros com o CNT. Segundo Melantonio, a situação das empresas é "tranquila", mas só voltará a se normalizar quando o CNT, que governa o país interinamente, indicar os integrantes do governo provisório, incumbido de organizar eleições e a nova Constituição líbia. A expectativa é que isso ocorra nos próximos meses ou até semanas.
Melantonio, que já esteve em Benghazi e se encontrou com autoridades líbias, no mês passado, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, disse ter recebido garantias de que os contratos serão cumpridos.
"Sempre houve garantia de que os contratos serão cumpridos, mas com uma observação: todos os contratos serão revisados", disse o embaixador.
Melantonio negou que a demora de o Brasil em reconhecer oficialmente o CNT prejudique as empresas brasileiras no país. O Brasil só reconheceu o CNT como governo interino líbio durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro. "Nunca houve problema. Nas inúmeras conversas que tivemos, eles sequer tocaram no assunto. O governo [líbio] quer olhar para a frente", disse.
"A Líbia precisa das empresas brasileiras. Além disso, as empresas estão fazendo obras de saneamento, pavimentação, que não são polêmicas. A necessidade é ainda maior para um país que sai de uma guerra civil", disse o embaixador.
A construtora Odebrecht, responsável pela construção do Aeroporto Internacional de Trípoli e o anel viário da cidade, informou, por meio de nota, que "a expectativa da empresa é voltar à operação", mas que ainda analisa o cenário para tomar qualquer decisão. A Petrobras, que tem operações na costa mediterrânea, informou que "segue acompanhando e analisando a situação na Líbia e não comenta questões políticas".
A empresa Queiroz Galvão, que comanda seis obras de infraestrutura – saneamento, drenagem, abastecimento de água, pavimentação e urbanização – informou que "aguarda orientação do governo líbio para retomada de suas atividades". A companhia Andrade Gutierrez afirmou que "mantém instalações, equipamentos e funcionários locais em Trípoli" e que aguarda a retomada das "atividades de quatro obras de reurbanização" no país.
Fonte: Agência Brasil
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